Demissão de editor leva 300 jornalistas chineses à greve

Pequim - Os 300 jornalistas do jornal Beijing News entraram em greve para protestar contra a demissão de seu editor, Yang Bin, e a aquisição da publicação, uma das mais críticas da imprensa chinesa, por parte de um dos acionistas, informou hoje a imprensa independente da China.

Bin foi destituído ontem do cargo de editor da publicação e será recolocado em seu posto anterior, como editor do Southern Metropolis News, na província de Cantão, no sul da China. O editor será substituído por subdiretores do diário Guangming Daily, porta-voz do Partido Comunista da China.

O presidente do Guangming, Dai Zigeng, telefonou ontem ao diário de Pequim para preparar uma reunião à qual os jornalistas se recusaram a ir. Na noite de ontem, os profissionais entraram em greve.

"Sabíamos que um diário de tão boa qualidade seria silenciado a qualquer momento, mas não pensávamos que seria tão rápido, nem tão repentino. Só queríamos dizer a verdade", declarou um dos repórteres.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em comunicado, condenou a destituição de Bin e de outros dois editores. A RSF acusa a China de ser "a maior prisão do mundo para jornalistas" por manter presos 31 repórteres e 64 ´ciberdissidentes´, por expressar idéias que contrariam o regime comunista.