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Desafio do Brasil é usufruir e cuidar do São Francisco
Não à toa, o São Francisco é o rio da integração nacional e por aquelas águas verdes passou parte importante do desenvolvimento de nosso país.
Vi na imponência, na beleza, no tamanho e na força do Velho Chico que ele ainda tem muito o que oferecer ao Brasil.
Mas vi também que tudo isso pode acabar se o Brasil não oferecer alguma coisa ao rio.
Riquezas
No seu livro Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico, Richard Burton não se cansa de enumerar as riquezas existentes e latentes no caminho que ele percorreu em 1867.
Quase 150 anos depois, vi muita desta riqueza realizada, mas outra parte grande - coisas que Burton viu e outras com as quais ele nem sonhava - destruída e possivelmente comprometida por muitas gerações.
Burton previu o nascimento de uma forte indústria pesqueira nos rios das Velhas e São Francisco, e há até poucos anos pescadores tiravam até 50 quilos de peixes - montes de um delicioso surubim - em um lance de rede.
Mas hoje há 4 milhões de pessoas morando na região metropolitana de Belo Horizonte - perto dos trechos inciais do Rio das Velhas - despejando esgoto sem tratamento na água.
É triste, bem triste, sentir o cheiro e ver garrafas e sacolas plásticas boiando no que Burton descreve como uma paisagem exuberante.
Mas tristeza está longe de ser a única coisa que se encontra nas margens dos rios.
Alegria
Em Pirapora (MG), as corredeiras - que na opinião de Burton deveriam ser destruídas para permitir a passagem de barcos - estão lá e fazem a alegria dos fãs de esportes radicais.
Januária (MG) com suas encantadoras praias de rio - infelizmente manchadas por um pouco de lixo deixado por moradores e turistas mais descuidados.
Bom Jesus da Lapa (BA) que abriga uma impressionante igreja dentro de uma gruta e a admirável comunidade Quilombola de Rio das Rãs.
Mas Bom Jesus também exibe claramente a pobreza - mesmo miséria - que aflige o interior do Brasil.
Petrolina (PE), um exemplo de que o Sertão brasileiro só é miserável por séculos de descaso com as dificuldades da região e não por problemas congênitos da terra ou do povo.
Em Paulo Afonso (BA), dá pena ver apenas um paredão de pedra onde antes havia uma gigntesca cachoeira - "a Niágara brasileira" e "a definição da força em movimento", como escreveu Burton.
Mas a mesma barragem no rio que acabou com a queda d'água é responsável pela geração de energia na Usina de Paulo Afonso, algo essencial para o desenvolvimento nordestino.
E finalmente a foz do rio - um lugar de beleza rara onde dois gigantes - o Atlântico e o Velho Chico - se encontram numa paisagem inspiradora.
Tranposição
Atualmente, muito se discute a transposição da água do rio São Francisco para abastecer regiões mais ao norte do semi-árido brasileiro.
Clique aqui para ler mais sobre a transposição do São Francisco Intenção muito justa, mas que como tudo o que tem cara de inatacável, precisa ser olhada com muito cuidado.
O São Francisco ainda tem água para atender a muitos brasileiros - muitos mais do que os que estão sendo atendidos agora.
Mas isso só vale a pena se feito com muito cuidado para que essa gigantesca riqueza natural não se esgote.
O São Francisco pecisa - ou mais, merece - essa atenção.
É só cuidar do Velho Chico que o Velho Chico ainda pode cuidar do Brasil.
Vi na imponência, na beleza, no tamanho e na força do Velho Chico que ele ainda tem muito o que oferecer ao Brasil.
Mas vi também que tudo isso pode acabar se o Brasil não oferecer alguma coisa ao rio.
Riquezas
No seu livro Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico, Richard Burton não se cansa de enumerar as riquezas existentes e latentes no caminho que ele percorreu em 1867.
Quase 150 anos depois, vi muita desta riqueza realizada, mas outra parte grande - coisas que Burton viu e outras com as quais ele nem sonhava - destruída e possivelmente comprometida por muitas gerações.
Burton previu o nascimento de uma forte indústria pesqueira nos rios das Velhas e São Francisco, e há até poucos anos pescadores tiravam até 50 quilos de peixes - montes de um delicioso surubim - em um lance de rede.
Mas hoje há 4 milhões de pessoas morando na região metropolitana de Belo Horizonte - perto dos trechos inciais do Rio das Velhas - despejando esgoto sem tratamento na água.
É triste, bem triste, sentir o cheiro e ver garrafas e sacolas plásticas boiando no que Burton descreve como uma paisagem exuberante.
Mas tristeza está longe de ser a única coisa que se encontra nas margens dos rios.
Alegria
Em Pirapora (MG), as corredeiras - que na opinião de Burton deveriam ser destruídas para permitir a passagem de barcos - estão lá e fazem a alegria dos fãs de esportes radicais.
Januária (MG) com suas encantadoras praias de rio - infelizmente manchadas por um pouco de lixo deixado por moradores e turistas mais descuidados.
Bom Jesus da Lapa (BA) que abriga uma impressionante igreja dentro de uma gruta e a admirável comunidade Quilombola de Rio das Rãs.
Mas Bom Jesus também exibe claramente a pobreza - mesmo miséria - que aflige o interior do Brasil.
Petrolina (PE), um exemplo de que o Sertão brasileiro só é miserável por séculos de descaso com as dificuldades da região e não por problemas congênitos da terra ou do povo.
Em Paulo Afonso (BA), dá pena ver apenas um paredão de pedra onde antes havia uma gigntesca cachoeira - "a Niágara brasileira" e "a definição da força em movimento", como escreveu Burton.
Mas a mesma barragem no rio que acabou com a queda d'água é responsável pela geração de energia na Usina de Paulo Afonso, algo essencial para o desenvolvimento nordestino.
E finalmente a foz do rio - um lugar de beleza rara onde dois gigantes - o Atlântico e o Velho Chico - se encontram numa paisagem inspiradora.
Tranposição
Atualmente, muito se discute a transposição da água do rio São Francisco para abastecer regiões mais ao norte do semi-árido brasileiro.
Clique aqui para ler mais sobre a transposição do São Francisco Intenção muito justa, mas que como tudo o que tem cara de inatacável, precisa ser olhada com muito cuidado.
O São Francisco ainda tem água para atender a muitos brasileiros - muitos mais do que os que estão sendo atendidos agora.
Mas isso só vale a pena se feito com muito cuidado para que essa gigantesca riqueza natural não se esgote.
O São Francisco pecisa - ou mais, merece - essa atenção.
É só cuidar do Velho Chico que o Velho Chico ainda pode cuidar do Brasil.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/328404/visualizar/
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