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Preços da arroba do boi estão 35% defasados em Mato Grosso
Embora não existam estudos mostrando os custos exatos de produção na pecuária - mesmo porque estes números oscilam de propriedade para propriedade, conforme sua localização e nível de tecnologia aplicada - estima-se que os preços da arroba do boi gordo em Mato Grosso estejam defasados em pelo menos 30%, podendo chegar a até 35%. Apesar disso, a expectativa é de que a contabilidade de abate aponte para um pequeno crescimento em relação ao número do ano passado.
"Se levarmos em conta os preços atuais da arroba (R$ 52 para áreas habilitadas à exportação e R$ 47 para as demais regiões) e os custos médios para se engordar um boi, chegaremos à constatação de que o preço, para garantir alguma rentabilidade ao produtor, deveria ser de no mínimo R$ 65", diz o superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) e membro do Conselho de Pecuária de Corte da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Antônio Carlos Carvalho de Souza.
Segundo ele, os custos com manejo sanitário (medicamentos e vacinas), manejo nutricional (pastagens e suplementos alimentares), insumos (arames, adubos, sementes, etc.) e mão-de-obra estão bem acima de R$ 50 por arroba. "Neste valor não consideramos os custos financeiros da propriedade, que agregam à terra, os investimentos em gado e instalações", lembra Souza.
Na opinião do pecuarista Walderbrand Coelho, do Grupo Tamarineiro - com seis fazendas espalhadas em quatro municípios do Estado (Barra do Garças, Santo Antônio de Leverger, Santo Afonso e Rosário Oeste), o preço da arroba do boi, "para cobrir os custos e garantir algum lucro ao pecuarista", deveria ser de R$ 70. "Os custos de produção aumentaram, enquanto os preços da arroba tiveram recuo nos últimos meses", diz.
O consultor empresarial Alexander Estermann - que presta assessoria à pecuaristas da região Sul do Estado - afirma que os gastos diretos de uma propriedade giram em torno de 70%. "Só pastagens e reposição respondem por 45% dos custos. Por isso, o pecuarista não está dando assistência adequada à sua propriedade e, com isso, ele a cada ano perde renda e o seu patrimônio sofre desvalorização".
O presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Jorge Pires de Miranda, lembra que, apesar da reação dos preços da arroba do boi neste final de ano, os pecuaristas mato-grossenses ainda estão com suas contas no vermelho. "Os prejuízos que tivemos este ano com a depreciação dos preços são incalculáveis. Para se ter uma idéia, os preços dos insumos subiram, só neste ano, quase 6%, enquanto a arroba do boi sofreu um recuo de aproximadamente 12% e somente agora dá sinais de recuperação", frisa.
Os preços da arroba para as áreas habilitadas para exportação saíram de R$ 46 para R$ 57 e voltaram ao patamar de R$ 52. O responsável pela área pecuária da Famato, Luís Carlos Meister, acredita contudo que os preços da arroba continuarão a sua trajetória de recuperação, podendo chegar a R$ 60 até o final do ano "devido à escassez de carne na região Centro-Sul brasileira".
De acordo com estatísticas da Acrimat, no ano passado foram abatidos 5,2 milhões de animais em Mato Grosso e, para este ano, a expectativa é de que este número seja ultrapassado. Os 28 frigoríficos existentes no Estado abatem em média 18 mil cabeças por dia. Os números apontam ainda que, em 2004, o rebanho estadual atingiu cerca de 26 milhões de cabeças. A produção de carne bovina de Mato Grosso é estimada em 733 mil toneladas (t). Deste total, 642 mil/t são destinadas às exportações e ao mercado interno (Centro-Sul) e, 91 mil/t, consumidas no próprio Estado.
"Se levarmos em conta os preços atuais da arroba (R$ 52 para áreas habilitadas à exportação e R$ 47 para as demais regiões) e os custos médios para se engordar um boi, chegaremos à constatação de que o preço, para garantir alguma rentabilidade ao produtor, deveria ser de no mínimo R$ 65", diz o superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) e membro do Conselho de Pecuária de Corte da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Antônio Carlos Carvalho de Souza.
Segundo ele, os custos com manejo sanitário (medicamentos e vacinas), manejo nutricional (pastagens e suplementos alimentares), insumos (arames, adubos, sementes, etc.) e mão-de-obra estão bem acima de R$ 50 por arroba. "Neste valor não consideramos os custos financeiros da propriedade, que agregam à terra, os investimentos em gado e instalações", lembra Souza.
Na opinião do pecuarista Walderbrand Coelho, do Grupo Tamarineiro - com seis fazendas espalhadas em quatro municípios do Estado (Barra do Garças, Santo Antônio de Leverger, Santo Afonso e Rosário Oeste), o preço da arroba do boi, "para cobrir os custos e garantir algum lucro ao pecuarista", deveria ser de R$ 70. "Os custos de produção aumentaram, enquanto os preços da arroba tiveram recuo nos últimos meses", diz.
O consultor empresarial Alexander Estermann - que presta assessoria à pecuaristas da região Sul do Estado - afirma que os gastos diretos de uma propriedade giram em torno de 70%. "Só pastagens e reposição respondem por 45% dos custos. Por isso, o pecuarista não está dando assistência adequada à sua propriedade e, com isso, ele a cada ano perde renda e o seu patrimônio sofre desvalorização".
O presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Jorge Pires de Miranda, lembra que, apesar da reação dos preços da arroba do boi neste final de ano, os pecuaristas mato-grossenses ainda estão com suas contas no vermelho. "Os prejuízos que tivemos este ano com a depreciação dos preços são incalculáveis. Para se ter uma idéia, os preços dos insumos subiram, só neste ano, quase 6%, enquanto a arroba do boi sofreu um recuo de aproximadamente 12% e somente agora dá sinais de recuperação", frisa.
Os preços da arroba para as áreas habilitadas para exportação saíram de R$ 46 para R$ 57 e voltaram ao patamar de R$ 52. O responsável pela área pecuária da Famato, Luís Carlos Meister, acredita contudo que os preços da arroba continuarão a sua trajetória de recuperação, podendo chegar a R$ 60 até o final do ano "devido à escassez de carne na região Centro-Sul brasileira".
De acordo com estatísticas da Acrimat, no ano passado foram abatidos 5,2 milhões de animais em Mato Grosso e, para este ano, a expectativa é de que este número seja ultrapassado. Os 28 frigoríficos existentes no Estado abatem em média 18 mil cabeças por dia. Os números apontam ainda que, em 2004, o rebanho estadual atingiu cerca de 26 milhões de cabeças. A produção de carne bovina de Mato Grosso é estimada em 733 mil toneladas (t). Deste total, 642 mil/t são destinadas às exportações e ao mercado interno (Centro-Sul) e, 91 mil/t, consumidas no próprio Estado.
Fonte:
Agrolink
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/328520/visualizar/
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