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Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 13:43
Por: Márcia Oliveira

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"A fé deve estar acima desses shows, dessas coisas materiais. Esse grupo não pertence a arquidiocese, eles estão à parte. Não vamos tomar conhecimento". Foi com essa frase que o arcebispo de Cuiabá, Dom Milton Santos, avaliou ontem a veracidade das supostas lágrimas de sangue, vertidas pela imagem de Nossa Senhora da Rosa Mística, localizada na casa 268, do bairro Canjica, em Cuiabá. O fenômeno foi apresentado como a realização de uma "profecia", na segunda-feira (26), por um grupo de jovens chamado "Soldados de Jesus".

Eles acreditam que as supostas lágrimas são um sinal do descontentamento da santa com rumo atual da igreja católica. E mais, que cabe a eles, cerca de 60 jovens de Mato Grosso, a missão de retomar os ensinamentos originais da igreja católica, orientados pelo Concílio Tridentino (1563), Vaticano 1º e parte do 2º. "Esses jovens não comungam da orientação da arquidiocese. Não estão sob minha jurisdição, não tenho nada a dizer", reafirmou Dom Milton.

Para reforçar que não encaminhará nenhum pedido de estudo do suposto fenômeno, o religioso lembra que todos os dias recebe visitas de pessoas sugerindo que são portadoras de algo especial. "No ano passado recebi um homem aqui que dizia trazer uma revelação. Nela, a afirmação era de que ele era o pai eterno. Eu, como conheço de parapsicologia, conversei e ele voltou para casa. Não dá para acreditar em tudo que dizem, e em tudo que aparece".

O coordenador do Soldados de Jesus, Fabiano Rodrigues Vilial, 23, informa que 25 pessoas, entre conhecidos e moradores do bairro visitaram ontem a casa de sua tia, Maria da Piedade, onde a santa está. "Sabemos muito bem que depois da divulgação surgem as dúvidas, os questionamentos. O que queremos é repassar a mensagem. Deus mostrou o sinal e agora espera a conversão do povo. As pessoas vão dizer que somos fanáticos, mas, somos pessoas comuns". Fabiano afirma que frequenta a igreja desde os 15 anos e auxilia pessoas que passam fome, têm vícios e pedem oração. Ele afirma que quer fazer agronomia e até o mês passado ensinava xadrez em escolas públicas da prefeitura. As aulas terminaram com o encerramento do contrato.




Fonte: A Gazeta

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