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Economia
Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 12:46

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A trajetória dos preços verificada em outubro e novembro fez com que o Banco Central fizesse uma revisão em suas previsões de inflação. A expectativa deste ano passou de 5% para 5,7% e, para 2006, de 3,5% para 3,8%, segundo o Relatório de Inflação, divulgado hoje.

"O Copom avalia que a maior inflação registrada nos últimos dois meses está sendo determinada em grande medida pelos efeitos do reajuste dos preços domésticos dos combustíveis implementado na primeira quinzena de setembro, bem como pela reversão parcial da dinâmica favorável dos preços dos alimentos", diz o documento.

Essa avaliação já constava das atas das duas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).

Em novembro, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,55%, contra 0,75% no mês anterior.

O BC trabalhava com uma meta de inflação de 5,1% para este ano. Já para o ano que vem, a meta é de 4,5%, com um intervalo de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Essas projeções são baseadas no chamado cenário de referência, que considera os efeitos da atual taxa Selic, que está em 18% ao ano, por 12 meses, e um dólar cotado a R$ 2,25.

Efeito inercial

O Banco Central teme a influência da inflação do final deste ano na evolução dos preços em 2006, o chamado "efeito inercial".

'Uma fonte de risco nos próximos meses são os possíveis efeitos inerciais do aumento das taxas de inflação no quarto trimestre de 2005 sobre a evolução dos preços em 2006', informa o relatório.

Além desse fator, é visto também como risco a intensidade e a defasagem da "transmissão da política monetária, especialmente no contexto de flexibilização progressiva das condições monetárias em vigor nos últimos meses". Entre setembro e dezembro o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC promoveu quatro cortes na taxa de juros.

Apesar desses temores, o BC não vê pressões significativas sobre a inflação. "Espera-se que a atividade econômica continue em expansão nos próximos trimestres, em ritmo condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação", diz o relatório.

No documento anterior, divulgado em setembro, o fator de risco maior vinha do cenários externo. No entanto, para a autoridade monetário, está menor o risco relacionado ao comportamento dos preços de petróleo no mercado internacional. O BC informa ainda que está atento à evolução dos preços nos Estados Unidos e na Zona do Euro.

"Apesar de ainda existirem incertezas importantes no quadro externo, o Copom continua atribuindo baixa probabilidade a uma deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais."




Fonte: Folha Online

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