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Internacional
Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 12:04

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O Governo da Áustria confirmou hoje a legalidade da exportação ao Irã de um lote de 800 fuzis fabricados pela empresa Steyr-Mannlicher e considerados "armamento de guerra", apesar das pressões dos Estados Unidos contra essa venda e das sanções à empresa exportadora.

O porta-voz do Ministério do Interior austríaco, Johannes Rauch, disse à imprensa que a entrega dos fuzis de tipo HS50 à Polícia iraniana é, do ponto de vista austríaco, "completamente lícita".

O porta-voz reagiu assim à notícia que veio à tona ontem de Washington e que foi repercutida hoje em todos os meios de comunicação da Áustria: a de que o Governo dos Estados Unidos impôs sanções à referida empresa austríaca de armas.

A empresa com sede na localidade de Kleinraming, no estado federado de Alta Áustria, vendeu ao Irã armamento considerado na própria Áustria material de guerra, pois se trata de fuzis de alta precisão e um alcance de mais de 1,5 quilômetro, que podem atravessar grossos muros de aço.

A primeira entrega do lote obteve a autorização para sua exportação pelo Ministério do Interior da Áustria já em novembro de 2004, e de nada serviu que o embaixador americano em Viena pressionasse para impedi-la.

As autoridades de Teerã argumentam que precisam dos referidos fuzis para combater o narcotráfico em seu país, enquanto os EUA, que acusam o Irã de desenvolver um plano secreto para conseguir bomba atômica e de apoiar o terrorismo, expressou o temor de que as armas austríacas possam chegar a mãos de terroristas que operam no Iraque.

Devido à entrega já efetuada, o Governo dos EUA não adquirirá no futuro armamento de Steyr-Mannlicher, nem concederá as autorizações de exportação de componentes que dava até agora à empresa austríaca, que até agora exportou com sucesso vários produtos, especialmente fuzis para unidades especiais do Exército americano e para a guarda costeira desse país.

O porta-voz do Ministério austríaco reconheceu que hoje a Áustria "provavelmente" não concederia a permissão que deu há mais de um ano, devido ao agravamento nos últimos meses do conflito do Irã com a comunidade internacional por seu controvertido programa.

Mas, ao mesmo tempo, Rauch rejeitou as acusações do porta-voz do partido opositor dos "Verdes" para assuntos de segurança, Peter Pilz, que, em comunicado, qualifica de ilícita a referida exportação.

"Desta vez, os Estados Unidos têm razão", destaca Pilz na nota, após considerar que os fuzis HS50 são "a arma ideal para os terroristas", já que "podem destroçar veículos blindados de uma distância de até dois quilômetros".




Fonte: EFE

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