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Tecnologia
Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 08:01

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O ano de 2005 foi excelente para o compartilhamento de arquivos na Web - dependendo, é claro, do ponto de vista. O BitTorrent, por exemplo, cresceu muito, enquanto Steve Jobs festejou o recorde de vendas do iPod. Mas nem todo mundo comemora sucessos. A Riaa continuou sua luta contra as redes P2P - e com pouquíssimo efeito, enquanto a Sony-BMG bombardeou a si mesma e o conceito de DRM (Digital Right Management). O site Slyck, especializado em troca de arquivos, analisa quem perdeu e quem ganhou nesse campo em 2005.

Ganhadores

BitTorrent

Há pouca dúvida sobre o BitTorrent ter emergido como a quintessência dos protocolos de troca de arquivos em 2005. Estimativas do tamanho da rede são confusas - algo entre 60% e 90% da largura de banda de ISPs é consumido pelo protocolo. Além disso, calcula-se que mais de 10 milhões de usuários estejam trocando arquivos via BitTorrent em qualquer momento. A rede também firmou-se como fonte de distribuição legítima: sendo um protocolo supereficiente para distribuir arquivos grandes, tornou-se um método popular para distribuições de Linux e conteúdo multimídia de entretenimento autorizado.

Apple Steve Jobs deve agradecer ao iPod a "ressurreição" da Apple. Depois de vender mais de 30 milhões de unidades do produto, ele se tornou praticamente sinônimo de "tocador de MP3". Variações sobre o modelo inicial ajudaram a empresa a invadir as casas novamente - o efeito residual do sucesso do iPod ajudou a Apple a ganhar um milhão de usuários Mac além de ter valorizado enormemente o valor das ações da companhia.

P2P de código aberto EM setembro, a Riaa (associação da indústria fonográfica norte-americana) enviou cartas a vários desenvolvedores comerciais de P2P para que impedissem as atividades ilegais de seus usuários ou enfrentassem processos judiciais. A reação variou: a BearShare fechou seus fóruns e não lançou outra versão desde então, o WinMX tirou do ar completamente suas operações e a MetaMachine também "jogou a toalha". Mas isso apenas encorajou o desenvolvimento em código aberto. LimeWire prossegue, eMule e suas variantes continuam a se desenvolver e uma nova versão deve aparecer. E a história do BitTorrent também é parecida. Construído sob os mesmo princípios que o Gnutella, o BitTorrent é a verdadeira definição de comunidade livre. Duzias de clientes open source são atualizados regularmente e o protocolo é livre para quem quiser examiná-lo. No final de 2005, quatro das cinco maiores comunidades P2P - BitTorrent, eDoneky2000, Gnutella e Ares Galaxy ¿ são de código livre.

Perdedores

Riaa A associação norte-americana da indústria musical continuou tentando ameaçar os usuários de P2P e conseguiu até mesmo uma vitória na Suprema Corte permitindo processar as empresas pelas ações dos usuários. Mas janeiro de 2005 começou com cerca de 8,4 milhões de usuários P2P. Em junho, este número havia crescido para 8,9 milhões. Agora, final de dezembro, sem incluir os usuários do BitTorrent, calcula-se em mais de 9,4 milhões de usuários. Torna-se claro, portanto, que os processos da Riaa, sejam contra indivíduos ou contra os desenvolvedores de redes de troca de arquivos, estão tendo o efeito oposto. E o mercado de música digital "autorizada" está mostrando que não é a bola de ouro imaginada pela indústria, que precisa urgentemente encontrar uma nova maneira de lidar com a era da informação digital.

Sony-BMG A maioria das pessoas não sabe o que é um rootkit. Mas tivemos, todos, uma excelente aula sobre rootkit, spyware e DRM este ano com a Sony-BMG. Assim, a proteção anticópias instalada em CDs da companhia causou um grande problema: o programa de proteção se escondia dentro dos computadores dos usuários - alguns desconfiavam de vírus - que não sabiam disso, não receberam explicação como sobre remover o programa e, aqueles que tentaram, correram o risco de danificar seus PCs. O vexame continuou com a descoberta de que o programa pegava dados da máquina e enviava "para casa". Para piorar, o software de proteção contra cópias podia ser facilmente explorado por qualquer mal-intencionado para entrar nos PCs. Ou seja, a confiança do consumidor na Sony-BMG caiu drasticamente e empresa ainda enfrenta processos. O fiasco colocou em sérias dúvidas o futuro do DRM e feriu a credibilidade dos argumentos contra a pirataria.

P2P pago PeerImpact, iMesh, Altnet. Em algum momento, alguém teve a brilhante idéia de criar uma rede paga de P2P. Eles só esqueceram de um pequeno detalhe: se as pessoas não estão a fim de gastar dinheiro nas lojas de discos, porque gastariam online? E mais, porque iriam gastar para baixar arquivos de uma rede P2P paga quando há comunidades gratuitas em profusão?

A análise original (em inglês) pode ser lida no endereço www.slyck.com/news.php?story=1040




Fonte: Terra

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