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Criança passa seis dias dentro de um poço de 20 metros
São Paulo - Policiais, bombeiros, jornalistas, agentes da prefeitura de Guarulhos e moradores da região viram segunda-feira o poço de 20 metros de profundidade onde Tiago Félix , de 9 anos, foi achado com vida - depois de passar seis dias sem água potável ou comida. A tia do menino, Mirivalda Justiniana da Silva, de 39 anos, não tem dúvida: “Foi um milagre de Natal!”
No dia 19, Tiago saiu de casa com marmita e um maço de cigarros para entregar ao pai, Benedito Félix, que trabalha como caseiro em uma chácara às margens da Estrada da Água Chata, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Na hora de voltar, o garoto decidiu cortar caminho por um terreno abandonado. Como o mato estava alto, ele não viu o poço.
Angústia
Foram seis dias de angústia e ligações para o Instituto Médico-Legal (IML). Benedito percorria o Jardim Normandia de bicicleta enquanto os bombeiros também realizavam buscas. Nada. No casebre onde Tiago mora com os pais e oito irmãos, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida virou o centro das atenções . “Minha mãe prometeu a Nossa Senhora que levaria meu irmão até Aparecida, todo vestidinho de branco e com o cabelo raspado”, contou Leliane, de 14 anos.
A proximidade do Natal só aumentava a tristeza da família. O presente do menino já havia sido comprado. Carrinho, bermuda, camiseta e meias, mostrou outra irmã, Diana, de 16. Tiago tinha adotado uma gatinha de rua, Nina. “O bichinho estava abatido. A gente olhava pra ele e lembrava do nosso irmão”, contou Diana.
Pressentimento
Mas, no domingo de Natal, Mirivalda acordou com um pressentimento. “Levantei com a certeza de que encontraria meu sobrinho vivo ou morto. Chamei a família e amigos e partimos para mais uma busca.”
Mirivalda, Benedito e amigos percorriam o terreno abandonado por onde Tiago poderia ter passado. Um pouco afastada do grupo, Mirivalda chamou pelo menino - que respondeu com um fiapo de voz. “Ele estava vivo. Todos queriam entrar no buraco e salvá-lo. Tiago ainda teve forças para nos alertar que há outros poços na área.”
Água da chuva
Por volta das 8h30, os bombeiros resgataram o garoto. Ele foi levado para o Hospital Geral de Guarulhos com escoriações nas pernas, desidratação e desnutrição. Seu estado é estável. Não há previsão de alta. Nos seis dias em que ficou no buraco, Tiago não comeu nada. Apenas bebia água da chuva.
Na rua onde mora, ninguém duvida do milagre. A parte católica da família deve levá-lo para Aparecida. Já a tia evangélica quer apresentá-lo no templo que freqüenta.
A casa de Tiago virou o local mais visitado do Jardim Normandia. Quem passa por lá se impressiona com a pobreza da família. São 11 pessoas vivendo em um quartinho sem janela. A família vive com o dinheiro que o pai ganha como caseiro e catando papelão. Churrasco
Quando o garoto voltar, a família vai se reunir para fazer um churrasco de boas-vindas. “Ele nasceu de novo. Merece uma festa. Será o nosso Natal atrasado...”, disse Diana.
Há pelo menos quatro poços iguais ao que Tiago caiu, espalhados em um terreno particular, às margens do Estrada da Água Chata. O poço em que o menino caiu já foi fechado pela Defesa Civil. A prefeitura de Guarulhos já começou a mapear os outros. O proprietário do terreno será notificado para fechá-los e murar o local.
No dia 19, Tiago saiu de casa com marmita e um maço de cigarros para entregar ao pai, Benedito Félix, que trabalha como caseiro em uma chácara às margens da Estrada da Água Chata, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Na hora de voltar, o garoto decidiu cortar caminho por um terreno abandonado. Como o mato estava alto, ele não viu o poço.
Angústia
Foram seis dias de angústia e ligações para o Instituto Médico-Legal (IML). Benedito percorria o Jardim Normandia de bicicleta enquanto os bombeiros também realizavam buscas. Nada. No casebre onde Tiago mora com os pais e oito irmãos, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida virou o centro das atenções . “Minha mãe prometeu a Nossa Senhora que levaria meu irmão até Aparecida, todo vestidinho de branco e com o cabelo raspado”, contou Leliane, de 14 anos.
A proximidade do Natal só aumentava a tristeza da família. O presente do menino já havia sido comprado. Carrinho, bermuda, camiseta e meias, mostrou outra irmã, Diana, de 16. Tiago tinha adotado uma gatinha de rua, Nina. “O bichinho estava abatido. A gente olhava pra ele e lembrava do nosso irmão”, contou Diana.
Pressentimento
Mas, no domingo de Natal, Mirivalda acordou com um pressentimento. “Levantei com a certeza de que encontraria meu sobrinho vivo ou morto. Chamei a família e amigos e partimos para mais uma busca.”
Mirivalda, Benedito e amigos percorriam o terreno abandonado por onde Tiago poderia ter passado. Um pouco afastada do grupo, Mirivalda chamou pelo menino - que respondeu com um fiapo de voz. “Ele estava vivo. Todos queriam entrar no buraco e salvá-lo. Tiago ainda teve forças para nos alertar que há outros poços na área.”
Água da chuva
Por volta das 8h30, os bombeiros resgataram o garoto. Ele foi levado para o Hospital Geral de Guarulhos com escoriações nas pernas, desidratação e desnutrição. Seu estado é estável. Não há previsão de alta. Nos seis dias em que ficou no buraco, Tiago não comeu nada. Apenas bebia água da chuva.
Na rua onde mora, ninguém duvida do milagre. A parte católica da família deve levá-lo para Aparecida. Já a tia evangélica quer apresentá-lo no templo que freqüenta.
A casa de Tiago virou o local mais visitado do Jardim Normandia. Quem passa por lá se impressiona com a pobreza da família. São 11 pessoas vivendo em um quartinho sem janela. A família vive com o dinheiro que o pai ganha como caseiro e catando papelão. Churrasco
Quando o garoto voltar, a família vai se reunir para fazer um churrasco de boas-vindas. “Ele nasceu de novo. Merece uma festa. Será o nosso Natal atrasado...”, disse Diana.
Há pelo menos quatro poços iguais ao que Tiago caiu, espalhados em um terreno particular, às margens do Estrada da Água Chata. O poço em que o menino caiu já foi fechado pela Defesa Civil. A prefeitura de Guarulhos já começou a mapear os outros. O proprietário do terreno será notificado para fechá-los e murar o local.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/328950/visualizar/
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