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Economia
Terça - 27 de Dezembro de 2005 às 08:42
Por: Carlos Mendes

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Belém - Os garimpeiros de Serra Pelada, em Curionópolis, no sul do Pará, passaram o Natal soltando fogos pelas ruas do povoado de sete mil habitantes, comemorando a decisão do Ministério das Minas e Energia, que na sexta-feira concedeu à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) o direito de permissão de lavra para exploração de ouro no local.

A notícia rapidamente se espalhou por toda a região. "Tem muita gente abandonada por aqui que sonhava com essa decisão. É gente que passa fome, mas só fala em ouro", disse o garimpeiro Josenias Araújo, que vive há 21 anos em Serra Pelada.

HISTÓRIA

O garimpo começou em 1980, durante o mandato presidencial do general João Baptista de Figueiredo, mas foi fechado no governo Collor, em 1992. Cerca de 80 mil homens de várias regiões do país formaram um formigueiro humano no local em busca de ouro, entre 1980 e 1985. Pelo menos 300 morreram soterrados naquele que já foi o maior garimpo a céu aberto do mundo.

No total, 43 mil garimpeiros estarão aptos a receber o dinheiro da venda de ouro a ser explorado de forma mecanizada pela empresa norte-americana de mineração Phoenix Gems. O contrato já foi assinado entre a Coomigasp e os americanos. A cooperativa repassou o direito à exploração da área por US$ 240 milhões. Em troca, a Phoenix Gems se comprometeu a pagar 40% do ouro extraído para a cooperativa.

A única exigência do governo foi que todos os 23 mil ex- garimpeiros associados da antiga Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coogar), a primeira a organizar o garimpo, sejam integrados a Coomigasp, hoje controlada pelo grupo ligado ao atual prefeito de Curionópolis e ex-agente do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió. A Coomigasp possui cerca de 20 mil associados.

O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar, explicou que as cooperativas do garimpo, o sindicato e o governo federal passaram três anos discutindo os problemas de Serra Pelada em busca de uma solução que contemplasse o lado social. "A mineração será retomada com segurança, tecnologia e com as devidas autorizações ambientais", disse.




Fonte: Agência Estado

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