Presidiários cariocas realizam falsos sequestros

A polícia da Paraíba confirmou que as ligações telefônicas que estão sendo dadas para vítimas do "golpe do falso seqüestro", em João Pessoa, partem de presídios do Rio de Janeiro. De acordo com a polícia, os telefonemas são dados por quadrilhas do crime organizado do Rio de Janeiro e São Paulo, que têm ramificações no Nordeste.

Pelo menos essa foi a informação repassada pelo delegado Magno Toledo, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Capital, localizada na Central de Polícia e que já registrou uma média de nove casos somente da última semana até ontem.

O delegado Magno Toledo informou também que está investigando se algumas ligações partiram da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Toledo apela para que as pessoas que forem vítimas deste golpe denunciem à polícia, registrando a queixa em uma das delegacias de João Pessoa, para que os casos possam ser investigados.

Ontem, os 'falsos seqüestradores' fizeram mais uma vítima, em João Pessoa. Desta vez, um funcionário da UFPB, que recebeu uma ligação dizendo que sua filha havia sido seqüestrada. Com este, pelo menos 12 casos já foram registrados na cidade.

Há cerca de dois meses, foram pegos em flagrante, no presídio de Bangu I, no Rio, dois detentos fazendo ligações com celular. Uma das vítimas deste golpe em João Pessoa, um comerciante da rodoviária, desconfiou que a ligação que fizeram para ele partiu de um presídio, pela linguagem da pessoa e pelas conversas que escutou, informou o delegado.

Segundo ele, ligaram para o comerciante dizendo que tinham seqüestrado a filha dele, que estuda em Maceió (AL) e exigiram R$ 10 mil de resgate. Ele não conseguia manter contato com a filha e, desesperado, chegou a depositar para os bandidos R$ 1,5 mil.