Explosão no comércio ainda não aconteceu

Mesmo animados com o movimento das duas primeiras semanas de dezembro e na expectativa pela aplicação do 13º salário no comércio, lojistas ainda não contabilizam a explosão das vendas de Natal no centro da Capital. Os dez primeiros dias do mês fecharam com aumento de 15%, se comparado ao mesmo período do ano passado, mas os números dos últimos dez dias ainda não foram contabilizados. “Hoje e amanhã, esperamos arrebentar”, acredita o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Roberto Carvalho de Almeida.

Sem dúvida alguma, o pagamento do 13º salário trouxe ânimo ao comerciante. “Em Cuiabá, por exemplo, foi a primeira vez, após muitos anos, que o funcionalismo municipal recebeu duas folhas em dezembro. É dinheiro em dobro que está circulando e por isso estamos otimistas”, observa o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio de Confecções, Tecidos e Armarinhos, Roberto Peron.

“De fato o movimento é crescente diariamente. Mesmo sem a explosão de consumo, posso garantir que a movimentação de pessoas na rua está 15% maior, e isso é um bom indicativo. Continuo projetando um aumento nas vendas de Natal de 15%, em comparação a mesma data de 2004”, assegura Peron.

Para o dirigente sindical, a explosão ainda não aconteceu porque o poder de compra do assalariado permanece sem ganho real. “O aumento das vendas começou a ser registrado ontem e, por enquanto, a média de gastos por presente tem sido de R$ 28”, observa.

O presidente da CDL Cuiabá acredita que a antecipação das compras de Natal tenha sido responsável pelo adiamento da explosão. “De qualquer forma, isso vai ocorrer até o sábado, afinal é uma tradição deixar as compras para última hora. A corrida, o tumulto e as filas fazem parte do período natalino, sem isso não há graça”, conta Carvalho.

Mesmo otimista, ele observa que há uma redução de 1,87% no volume de consultas feitas ao Sistema de Proteção de Crédito (SPC), comparando até o dia 20 de 2004. Mas vamos fechar as compras de Natal com até um ou dois pontos de recuperação”.

Carvalho explica que existe um efeito psicológico positivo e isso vai acabar impulsionando o consumo na última hora. “Atualmente, os salários da prefeitura municipal estão em dia, isso gera uma segurança para o consumidor, que acaba comprando mais e assumindo algumas prestações, e confiança do lojista na hora de ceder o crédito. Todos sabem que ao final do mês haverá pagamento. É um efeito psicológico extremamente positivo”, avalia.

ATRAÇÃO E SEGURANÇA – Peron destaca, ainda, que outros fatores estão contribuindo para incrementar a circulação de pessoas no centro, como as apresentações no Palácio da Instrução e o reforço no policiamento. “Estamos tendo um apoio inédito em nível de Brasil. Além do patrulhamento mais ostensivo, a Polícia Militar tem acompanhado o trabalho dos lojistas, seja ao abrir e fechar as lojas, ou na hora de transitar com dinheiro e fazer reposições de estoque”, conta. Ele explica que o coronel Benedito Antônio de Campos Filho, comandante do Comando Regional I, disponibilizou um número de telefone para ampliar a cobertura policial aos lojistas. “Na hora de realizar saques bancários para facilitar o troco nas lojas, é só ligar que temos o reforço dos policiais para ir e voltar do banco. Se precisar manter a loja aberta além do expediente para repor estoques, eles também se fazem presentes”, esclarece.