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Internacional
Terça - 25 de Dezembro de 2012 às 21:22

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As monarquias do Golfo, lideradas por dinastias sunitas, aumentaram o tom nesta terça-feira contra o Irã, seu vizinho xiita, pedindo o fim de suas interferências, e defenderam uma transição política rápida na Síria, aliada de Teerã.

Ao final da cúpula anual em Manama, os dirigentes do Conselho de Cooperação do Golfo(CCG, Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar) pediram ao Irã para "deter imediata e definitivamente" suas interferências em seus assuntos internos.

Na nota, de tom bastante duro, exigem que Teerã renuncie a "todas as medidas que instiguem as tensões e ameacem a segurança e a estabilidade da região".

O CCG denunciou também a continuação da "ocupação iraniana de três ilhas dos Emirados Árabes Unidos no Golfo" e lamentou a oposição do Irã a negociar ou a aceitar uma arbitragem internacional sobre este contencioso.

O Irã considera que a ilha de Abu Musa e as ilhotas de Tomb Maior e Tomb Menor pertencem a seu território, mas os Emirados Árabes Unidos também reivindicam sua soberania.

Sobre o programa nuclear iraniano, o CCG pede a Teerã para cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e garantir a segurança do reator de Bushehr no Golfo para evitar um acidente nuclear.

As monarquias do CCG dão seu apoio ao regime sunita de Bahrein, contestado por xiitas, majoritários no país.

O Irã é suspeito de favorecer, de forma velada, esta contestação, e também a da minoria xiita no leste da Arábia Saudita.

Sobre a crise síria, o CCG disse estar "profundamente triste" pela violência que causou 44.000 mortos em 21 meses e destacou que "o processo de transição política deve ser acelerado".

Além disso, pediu à comunidade internacional a "atuar rapidamente para pôr fim a estas matanças" e prestar assistência humanitária aos civis sírios.

Neste contexto, será realizada uma conferência internacional de doadores no próximo 30 de janeiro no Kuwait para mobilizar ajuda humanitária para os civis sírios, segundo o comunicado.

O CCG expressa, além disso, seu apoio ao emissário internacional Lakhdar Brahimi e espera que sua missão contribua para chegar a "um acordo no Conselho de Segurança da ONU".

O Conselho do Golfo também faz alusão à Rússia e à China, aliados do regime sírio vetaram três projetos de resolução contra o regime de Bashar al-Assad desde o começo da revolta em março de 2011.

Os países membros do CCG, muito críticos ao regime de Bashar al-Assad, também deram seu apoio à coalizão nacional síria, qualificando-a de "representante legítimo do povo sírio".

Em relação ao Iêmen, o CCG saudou a reestruturação do exército e desejou "a participação de todos os componentes do povo iemenita" no diálogo nacional, previsto pelo acordo de transição de 2011.

A cúpula de Manama foi realizada na ausência de quatro dos seis chefes de Estado dos países membros, como o rei Abdullah da Arábia Saudita, convalescente após ter sido operado da coluna em novembro.

Também decidiram acelerar o processo de integração econômica entre seus Estados membros, foi aprovado um tratado de segurança e anunciada a criação de um comando militar unificado





Fonte: Terra

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