Depois do FMI, Brasil deve quitar dívida com Clube de Paris

Depois de anunciar a quitação de uma dívida de US$ 15,5 bilhões com o FMI que venceria apenas em 2007, o governo brasileiro anuncia que também pretente antecipar para 2006 a quitação de débito com o Clube de Paris. Trata-se do grupo de credores que, na década de 80, renegociou parte da dívida externa brasileira.

Comparado ao débito com o FMI, o dinheiro que o Brasil tem de pagar aos credores europeus é bem inferior: US$ 2,575 bilhões, valor que representa pouco mais de 2% da dívida externa do setor público, estimada em US$ 111,580 bilhões em setembro passado. De acordo com o cronograma original de pagamentos, o Brasil teria de repassar US$ 621 milhões ainda neste ano, mais US$ 1,704 bilhão em 2006 e US$ 250 milhões no ano seguinte.

Apesar de o débito ser relativamente pequeno, a quitação antecipada reforça a intenção da equipe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de aumentar a credibiliade do País frente ao mercado externo, abalada justamente nos anos 80, quando o Brasil aplicou um calote.

Quanto ao pagamento ao FMI, a medida permitirá ao governo uma economia de cerca de US$ 900 milhões somente com os juros que seriam pagos entre 2006 e 2008.