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Morales questiona uso da coca pela Coca-Cola
Evo Morales, vencedor incontestável da eleição presidencial boliviana, com 51% dos votos, e líder dos "cocaleros", negou-se a aceitar que a folha de coca seja reconhecida apenas para a fabricação da Coca-Cola e proscrita para usos tradicionais dos cultivadores do Chapare boliviano. Um dia depois de ganhar as eleições gerais na Bolívia, o líder indígena insistiu: "Não é possível que a folha de coca seja usada pela Coca-Cola e proibida para nós".
Morales anunciou que, ao assumir o poder no dia 22 de janeiro de 2006, liderará uma batalha internacional para retirar a coca "em seu estado natural" da lista de venenos da Organização das Nações Unidas.
O "cocalero", que se tornou domingo o primeiro presidente indígena da Bolívia, um país de população de maioria nativa, também anunciou uma luta pelo reconhecimento internacional, com base em estudos científicos, das propriedades medicinais e nutritivas da folha de coca, assim como a "dessatanização" de seu uso "em estado natural".
Vencedor por maioria absoluta dos votos, segundo consultoras privadas, Morales aludiu principalmente à draconiana lei antidrogas 1.008, que considera ilegais e excessivos os cultivos de coca no Chapare, antigo reduto da droga, onde moram 30 mil famílias de cultivadores pobres.
A norma, em vigor desde 1989 com o aval dos Estados Unidos, principal parceiro da luta antidrogas no país andino, limita o cultivo a 12 mil hectares de coca destinada a usos tradicionais nos Yungas, vales agrícolas perto de La Paz. No Chapare, onde entre 1998 e 2002 foram destruídos 60 mil hectares de coca, supostamente destinadas à produção da droga, existem atualmente cerca de 7 mil hectares dispersos.
Em sua condição de dirigente "cocalero" e chefe da oposição, Morales assinou em 2004 um acordo com o então presidente Carlos Mesa sobre o cultivo de 40 m² de coca por família para satisfazer as necessidades tradicionais dos habitantes do Chapare.
Morales referiu-se aos Estados Unidos, cujo governo advertiu na semana passada que não aceitará uma variação na política antidroga boliviana: "A cocaína e o narcotráfico não fazem parte da cultura boliviana. A luta contra o narcotráfico é um falso pretexto para que os Estados Unidos instalem bases militares (na Bolívia). Não estamos de acordo e essas políticas têm de ser revisadas".
O líder "cocalero" disse estar disposto a combater as máfias de narcotraficantes. O vencedor das eleições bolivianas também criticou a política de concessão de certificados da luta antinarcóticos imposta pelos Estados Unidos, país que apóia com 120 milhões de dólares anuais a balança de pagamentos boliviana, em troca da erradicação das plantações ilegais.
"A política de certificação (da luta antinarcóticos) não foi uma solução e ainda sofremos chantagens dos Estados Unidos", insistiu.
Morales disse que ainda não havia entrado em contato com a administração americana do presidente George W. Bush.
Morales anunciou que, ao assumir o poder no dia 22 de janeiro de 2006, liderará uma batalha internacional para retirar a coca "em seu estado natural" da lista de venenos da Organização das Nações Unidas.
O "cocalero", que se tornou domingo o primeiro presidente indígena da Bolívia, um país de população de maioria nativa, também anunciou uma luta pelo reconhecimento internacional, com base em estudos científicos, das propriedades medicinais e nutritivas da folha de coca, assim como a "dessatanização" de seu uso "em estado natural".
Vencedor por maioria absoluta dos votos, segundo consultoras privadas, Morales aludiu principalmente à draconiana lei antidrogas 1.008, que considera ilegais e excessivos os cultivos de coca no Chapare, antigo reduto da droga, onde moram 30 mil famílias de cultivadores pobres.
A norma, em vigor desde 1989 com o aval dos Estados Unidos, principal parceiro da luta antidrogas no país andino, limita o cultivo a 12 mil hectares de coca destinada a usos tradicionais nos Yungas, vales agrícolas perto de La Paz. No Chapare, onde entre 1998 e 2002 foram destruídos 60 mil hectares de coca, supostamente destinadas à produção da droga, existem atualmente cerca de 7 mil hectares dispersos.
Em sua condição de dirigente "cocalero" e chefe da oposição, Morales assinou em 2004 um acordo com o então presidente Carlos Mesa sobre o cultivo de 40 m² de coca por família para satisfazer as necessidades tradicionais dos habitantes do Chapare.
Morales referiu-se aos Estados Unidos, cujo governo advertiu na semana passada que não aceitará uma variação na política antidroga boliviana: "A cocaína e o narcotráfico não fazem parte da cultura boliviana. A luta contra o narcotráfico é um falso pretexto para que os Estados Unidos instalem bases militares (na Bolívia). Não estamos de acordo e essas políticas têm de ser revisadas".
O líder "cocalero" disse estar disposto a combater as máfias de narcotraficantes. O vencedor das eleições bolivianas também criticou a política de concessão de certificados da luta antinarcóticos imposta pelos Estados Unidos, país que apóia com 120 milhões de dólares anuais a balança de pagamentos boliviana, em troca da erradicação das plantações ilegais.
"A política de certificação (da luta antinarcóticos) não foi uma solução e ainda sofremos chantagens dos Estados Unidos", insistiu.
Morales disse que ainda não havia entrado em contato com a administração americana do presidente George W. Bush.
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/329708/visualizar/
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