Vigário Geral: relatos reforçam apoio da PM a traficantes

O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, recebeu hoje seis mães e uma irmã dos oito rapazes seqüestrados em Vigário Geral no dia 13. Após o encontro, que durou mais de três horas, o procurador-geral disse que, pelos relatos ouvidos, as indicações são de que a ação foi desenvolvida por integrantes quadrilhas rivais com a cobertura da Polícia Militar, e há indícios de que o blindado da PM possa ter transportado ou dado cobertura aos criminosos.

Marfan Vieira, que durante a reunião falou por telefone três vezes com o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, disse que a primeira preocupação é tentar localizar as vítimas, e que o Ministério Público está efetuando diligências nesse sentido, a partir de informações recebidas. "O trabalho do MP está sendo desenvolvido em conjunto com a polícia", informou.

Os relatos das mães, de acordo com Marfan, foram de que, minutos depois da entrada do blindado na comunidade houve a ação de dois homens, um fardado como PM e outro à paisana. Eles forçaram para entrar em algumas casas e seqüestraram os rapazes. Tentaram arrombar outras, mas não conseguiram. As mães ainda acreditam que os filhos possam estar vivos, mas disseram ao procurador que estão temerosas de represálias.

Participam da reunião o subprocurador-geral de Direitos Humanos, Leonardo Chaves; a coordenadora de Segurança e Inteligência, promotora Mônica Di Piero, e o promotor que atua junto à 38ª Delegacia Policial, Alexandre Themistocles.