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Aumenta no México indignação por plano dos EUA
O projeto dos Estados Unidos de construir muros na fronteira com o México provocou indignação entre os líderes do país, inclusive o presidente Vicente Fox, que o considera uma "vergonha".
Fox endureceu suas críticas ao projeto, ao Congresso e ao Governo dos EUA. Com isso, somou-se à censura feita pela Igreja Católica e por grupos de agricultores.
"Parece-nos um péssimo sinal a decisão do Congresso dos EUA, junto com o Governo" do país, disse Fox, ao celebrar ontem o Dia Internacional do Migrante.
Fox se referiu à aprovação, na Câmara baixa americana, de um projeto de lei que planeja construir muros na fronteira com o México e transforma em um delito a entrada ilegal em seu país.
"O muro nos parece uma vergonha; não deve existir na relação entre México e Estados Unidos um muro dessa magnitude; os muros ficaram no século passado, os muros foram derrubados pela própria cidadania, pela busca da liberdade e da democracia", acrescentou.
O projeto americano "é um péssimo sinal que não engrandece um país que se orgulha de ser democrático, que se orgulha de ser um país de imigrantes", disse Fox, ao destacar que o crescimento da economia dos EUA depende da contribuição dos mexicanos que trabalham lá.
Já o cardeal Norberto Rivera, em declarações à imprensa, rejeitou a intenção dos Estados Unidos de tratar como delinqüentes os ilegais e a eventual construção de muros ao longo da fronteira.
O arcebispo primaz do México disse ainda que os EUA deveriam criar pontes em vez de construir muralhas e acrescentou que "se eles estão proclamando a globalização, não estão sendo coerentes".
A Confederação Nacional Camponesa (CNC) criticou também o projeto legislativo americano de endurecer a política migratória.
A CNC, braço camponês do Partido Revolucionário Institucional (PRI), maior na oposição no México, disse em comunicado que a migração em massa não poderá ser detida nem pelos agentes da "Patrulha de Fronteiras nem por cortinas de ferro".
A entidade alertou que cinco milhões de agricultores mexicanos sem-terra "são candidatos a emigrar para as cidades do país e para os Estados Unidos em 2006, sobretudo se for considerado que, durante este ano, o emprego no campo diminuiu 47%".
A CNC também exigiu que se modifique o capítulo agrícola do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) porque, do contrário, "15 milhões de compatriotas" iniciarão um "êxodo rural" rumo aos EUA.
Números oficiais indicam que mais de dez milhões de mexicanos vivem nos Estados Unidos, dos quais a metade não tem permissão legal.
Além disso, a cada ano um milhão de pessoas cruzam ilegalmente a fronteira. Mais de 400 pessoas morrem na travessia, afogados no rio Bravo ou desidratados no deserto do Arizona.
Para a economia mexicana, os imigrantes nos Estados Unidos constituem uma contribuição fundamental. Espera-se que as remessas dos EUA para o México ficarão em cerca de US$ 20 bilhões, a segunda maior fonte de divisas, depois das vendas de petróleo.
Fox endureceu suas críticas ao projeto, ao Congresso e ao Governo dos EUA. Com isso, somou-se à censura feita pela Igreja Católica e por grupos de agricultores.
"Parece-nos um péssimo sinal a decisão do Congresso dos EUA, junto com o Governo" do país, disse Fox, ao celebrar ontem o Dia Internacional do Migrante.
Fox se referiu à aprovação, na Câmara baixa americana, de um projeto de lei que planeja construir muros na fronteira com o México e transforma em um delito a entrada ilegal em seu país.
"O muro nos parece uma vergonha; não deve existir na relação entre México e Estados Unidos um muro dessa magnitude; os muros ficaram no século passado, os muros foram derrubados pela própria cidadania, pela busca da liberdade e da democracia", acrescentou.
O projeto americano "é um péssimo sinal que não engrandece um país que se orgulha de ser democrático, que se orgulha de ser um país de imigrantes", disse Fox, ao destacar que o crescimento da economia dos EUA depende da contribuição dos mexicanos que trabalham lá.
Já o cardeal Norberto Rivera, em declarações à imprensa, rejeitou a intenção dos Estados Unidos de tratar como delinqüentes os ilegais e a eventual construção de muros ao longo da fronteira.
O arcebispo primaz do México disse ainda que os EUA deveriam criar pontes em vez de construir muralhas e acrescentou que "se eles estão proclamando a globalização, não estão sendo coerentes".
A Confederação Nacional Camponesa (CNC) criticou também o projeto legislativo americano de endurecer a política migratória.
A CNC, braço camponês do Partido Revolucionário Institucional (PRI), maior na oposição no México, disse em comunicado que a migração em massa não poderá ser detida nem pelos agentes da "Patrulha de Fronteiras nem por cortinas de ferro".
A entidade alertou que cinco milhões de agricultores mexicanos sem-terra "são candidatos a emigrar para as cidades do país e para os Estados Unidos em 2006, sobretudo se for considerado que, durante este ano, o emprego no campo diminuiu 47%".
A CNC também exigiu que se modifique o capítulo agrícola do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) porque, do contrário, "15 milhões de compatriotas" iniciarão um "êxodo rural" rumo aos EUA.
Números oficiais indicam que mais de dez milhões de mexicanos vivem nos Estados Unidos, dos quais a metade não tem permissão legal.
Além disso, a cada ano um milhão de pessoas cruzam ilegalmente a fronteira. Mais de 400 pessoas morrem na travessia, afogados no rio Bravo ou desidratados no deserto do Arizona.
Para a economia mexicana, os imigrantes nos Estados Unidos constituem uma contribuição fundamental. Espera-se que as remessas dos EUA para o México ficarão em cerca de US$ 20 bilhões, a segunda maior fonte de divisas, depois das vendas de petróleo.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/329823/visualizar/
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