Fantástico mostra que fiscalização do Ibama de MT ''pecou''
A carga de 29 metros cúbicos foi extraída de áreas no entorno dos municípios de Cujubim e Machadinho D'Oeste, nordeste de Rondônia. A maior parte destas áreas está sendo desmatada para servir para pastagem de gado. As toras foram serradas na Serraria Fortaleza, em Cujubim (RO).
A nota fiscal e a ATPF, documentos verdadeiros que acompanharam a carga em seu transporte até São Paulo, foram compradas de um "atravessador" no município de Ariquemes, também em Rondônia. O caminhão carregado de madeira ilegal percorreu mais de 3 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais, atravessou três fronteiras interestaduais e dois postos de fiscalização do Ibama - Trevo de Vilhena, em Rondônia, e Trevo do Lagarto, no Mato Grosso. A carga chegou a São Paulo no dia 6 de dezembro.
"Esta denúncia tem dois objetivos: mostrar como o comércio clandestino de madeira amazônica abastece o mercado interno e contribuir para que o governo federal corrija as falhas do atual sistema de monitoramento e controle da atividade madeireira", disse Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace. De acordo com Adário, o sistema atual, a cargo do Ibama, "precisa ser radicalmente modificado". De acordo com a instituição de pesquisa Imazon, o mercado brasileiro consome 64% da madeira extraída da Amazônia - apenas São Paulo responde por cerca de 15% deste total.
O presidente do Ibama, Marcus Barros, declarou recentemente à imprensa que 90% da madeira amazônica têm origem ilegal. Ainda segundo o Ibama, são emitidas mais de 1 milhão de ATPFs por ano na Amazônia Legal. A operação do Greenpeace revela que muitas vezes esses documentos oficiais são usados para legalizar madeira ilegal.
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