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Agronegócios
Segunda - 19 de Dezembro de 2005 às 08:17

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Em plena entressafra de soja, produtores reclamam do valor da oleaginosa no Estado. Em Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), a saca está cotada em R$ 18, “mas nosso custo é de R$ 22, aliás, R$ 18 é o preço bruto, descontando Funrural e outras taxas, fica valendo R$ 17 para o produtor”, contabiliza o presidente do Sindicato Rural local, Antônio Galvan.

O que mais preocupa o produtor, segundo Galvan, neste momento, é que em plena entressafra não houve reação na cotação. “Daqui a pouco mais de 60 dias, a nova safra comercial de soja vai estar no mercado e aí? Não temos perspectivas de preços”, indaga o líder sindical.

Da dívida da safra passada, Galvan calcula que Sinop está batendo recordes em inadimplência. “Acredito que dos R$ 200 milhões emprestados em forma de custeio no ano passado, para a safra 04/05, mais de 70% estão a receber. Por isso digo, a agência do Banco do Brasil de Sinop, que liderava o ranking da adimplência no Estado, é agora – segundo dados que o Banco me passou – a sexta em inadimplência do Brasil”, revela.

Diante disso, Galvan explica que não há como esperar por um ano melhor. “Estamos novamente plantando com déficit, temos dívidas pendentes e crédito suspenso. Não sei o que vai acontecer”, desabafa.

EXCEDENTES – Galvan traz à tona uma nova polêmica: o excesso de soja, no Estado nesta safra. “As previsões de reduções significativas para a soja em 2006 não estão se confirmando. Aqui em Sinop, a migração do arroz para soja é absurda”. Sem dados que confirmem a dimensão desta opção pelos produtores, Galvan calcula que a área de 150 mil hectares (ha) de soja em Sinop, sofra redução máxima de 7%.

“A preocupação é com relação ao arroz. Enquanto se fala em uma redução de área de mais de 50% no Estado, eu acredito que o número real, vai superar qualquer estimativa. O mercado vai ficar mais rentável ao arroz. E para a soja?”, questiona Galvan.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, conta que a entidade ainda não totalizou o plantio da soja 05/06 no Estado. “Pelos contatos diários que fazemos, ao invés de projetar uma redução de área plantada de até 20%, como foi feito há alguns meses, creio que a redução fique no máximo em 10%, pois além da migração do arroz para a soja, há também a do algodão para a soja, e lá atrás, isso não estava previsto”, justifica.

Homero anuncia que a Famato e a empresa Global Sat - que utiliza tecnologia de monitoramento via satélite – firmaram uma parceria em Rondonópolis, para fazer a avaliação do total plantado nesta safra. “Acredito que até meados de janeiro teremos dados concretos”.

De fato a preocupação é com o arroz. “Vai ser a cultura com o maior volume de área reduzido, será mais de 50%. Em seguida vem o algodão, com cerca de 40% de perda de área”, avalia Homero.

MILHO – O cultivo do milho segunda safra em Mato Grosso ainda é uma incógnita. Como a primeira safra do grão começa a ganhar espaço pelo País, os produtores estaduais aguardam os desdobramentos do cenário nacional, para optarem pela cultura. “O Sul, grande produtor de milho, começa a ter novamente problemas com a seca. Se isso se confirmar, Mato Grosso deverá ter uma grande safra”.




Fonte: Diário de Cuiabá

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