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Queda da produção ficará acima das previsões da Conab e IBGE
O presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (APA/MT), Ângelo Maronezzi, alerta que a queda da produção de arroz na safra 05/06 deverá ficar bem acima das previsões da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apostam em uma redução também na área plantada.
Pelas projeções do IBGE, a produção de arroz terá decréscimo de 56%, recuando das atuais 2,26 milhões de toneladas (t), na safra 04/05, para 994,66 mil/t, no próximo ano. Já a área plantada será reduzida em 57%, caindo de 855,63 mil hectares (ha) para 371,71 mil/ha.
“Posso garantir que a redução será bem maior do que a prevista [pelo IBGE e Conab]”, afirma o presidente da APA, sem revelar o percentual de queda estimado pela associação, para a próxima safra. “Estamos realizando um levantamento e nos próximos dias saberemos de quanto será esta queda em Mato Grosso”.
Segundo ele, a produtividade deve cair mais de 30% “devido à mudança do material genético”. Antes, se plantava mais o arroz Cirad 141, que é mais rústico, residente às doenças e tem produtividade bem melhor. “Com a variedade Primavera, teremos uma queda acentuada na produtividade”.
FATORES - Baixa remuneração, excesso de oferta, importação, alto custo da produção e defasagem cambial são as principais causas do recuo no plantio e produção de arroz este ano.
“Estou em Mato Grosso desde 1974 e ainda não vi crise pior do que esta que estamos passando no momento. O problema é que [esta crise] não atinge apenas a rizicultura, mas outros produtos da cadeia do agronegócio, como a soja, o algodão, o boi e a madeira”, lembra Maronezzi.
Na avaliação dos técnicos do IBGE que fizeram o prognóstico de plantio para a safra 05/06, outros fatores – como falta de crédito, problema do endividamento rural e inexistência de uma política agrícola de longo prazo para o setor – também contribuíram para o recrudescimento deste quadro.
“Constatamos o desestímulo do produtor diante da atual conjuntura econômica e do quadro de incertezas que ainda permeia o agronegócio. A verdade é que todos aqueles que dependem da atividade agrícola realmente sentiram o impacto da crise e estão com um pé atrás”, diz o supervisor de Pesquisa Agropecuária do IBGE/MT, Fernando Marques de Figueiredo.
OS NÚMEROS - Não foi por falta de alerta que a cultura do arroz não deixou de sofrer esta forte decadência neste ano. Ainda no primeiro semestre, os produtores alertaram que a queda poderia chegar a 70% caso algumas medidas não fossem adotadas pelos órgãos responsáveis pela política agrícola.
Caso estas previsões sejam mesmo confirmadas, a área plantada de arroz irá recuar dos atuais 750 mil/ha para cerca de 250 mil/ha. Isso significa que a produção irá cair de 2,2 milhões/t, na safra 04/05, para cerca de 700 mil/t. Dos 250 mil/ha previstos para a safra 05/06, 230 mil/ha estão sendo ocupados pela variedade Primavera e, o restante, 20 mil hectares, pelo Cirad 141 e outras variedades.
Na safra passada, os números foram inversos: o Cirad respondeu por 450 mil/ha da área e o Primavera e outras variedades, por 350 mil/ha.
Esta migração do Cirad para o Primavera, nesta nova safra, se dará em função da baixa qualidade do primeiro, que não está conseguindo se enquadrar como arroz tipo longo fino. Além disso, o Cirad apresentou problemas com a falta de armazenagem adequada e o atraso na colheita.
O presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), Antônio Galvan, diz que Cirad 141, além de longo, tipo 3. “Abaixo disso, só tem quirela”, aponta.
Pelas projeções do IBGE, a produção de arroz terá decréscimo de 56%, recuando das atuais 2,26 milhões de toneladas (t), na safra 04/05, para 994,66 mil/t, no próximo ano. Já a área plantada será reduzida em 57%, caindo de 855,63 mil hectares (ha) para 371,71 mil/ha.
“Posso garantir que a redução será bem maior do que a prevista [pelo IBGE e Conab]”, afirma o presidente da APA, sem revelar o percentual de queda estimado pela associação, para a próxima safra. “Estamos realizando um levantamento e nos próximos dias saberemos de quanto será esta queda em Mato Grosso”.
Segundo ele, a produtividade deve cair mais de 30% “devido à mudança do material genético”. Antes, se plantava mais o arroz Cirad 141, que é mais rústico, residente às doenças e tem produtividade bem melhor. “Com a variedade Primavera, teremos uma queda acentuada na produtividade”.
FATORES - Baixa remuneração, excesso de oferta, importação, alto custo da produção e defasagem cambial são as principais causas do recuo no plantio e produção de arroz este ano.
“Estou em Mato Grosso desde 1974 e ainda não vi crise pior do que esta que estamos passando no momento. O problema é que [esta crise] não atinge apenas a rizicultura, mas outros produtos da cadeia do agronegócio, como a soja, o algodão, o boi e a madeira”, lembra Maronezzi.
Na avaliação dos técnicos do IBGE que fizeram o prognóstico de plantio para a safra 05/06, outros fatores – como falta de crédito, problema do endividamento rural e inexistência de uma política agrícola de longo prazo para o setor – também contribuíram para o recrudescimento deste quadro.
“Constatamos o desestímulo do produtor diante da atual conjuntura econômica e do quadro de incertezas que ainda permeia o agronegócio. A verdade é que todos aqueles que dependem da atividade agrícola realmente sentiram o impacto da crise e estão com um pé atrás”, diz o supervisor de Pesquisa Agropecuária do IBGE/MT, Fernando Marques de Figueiredo.
OS NÚMEROS - Não foi por falta de alerta que a cultura do arroz não deixou de sofrer esta forte decadência neste ano. Ainda no primeiro semestre, os produtores alertaram que a queda poderia chegar a 70% caso algumas medidas não fossem adotadas pelos órgãos responsáveis pela política agrícola.
Caso estas previsões sejam mesmo confirmadas, a área plantada de arroz irá recuar dos atuais 750 mil/ha para cerca de 250 mil/ha. Isso significa que a produção irá cair de 2,2 milhões/t, na safra 04/05, para cerca de 700 mil/t. Dos 250 mil/ha previstos para a safra 05/06, 230 mil/ha estão sendo ocupados pela variedade Primavera e, o restante, 20 mil hectares, pelo Cirad 141 e outras variedades.
Na safra passada, os números foram inversos: o Cirad respondeu por 450 mil/ha da área e o Primavera e outras variedades, por 350 mil/ha.
Esta migração do Cirad para o Primavera, nesta nova safra, se dará em função da baixa qualidade do primeiro, que não está conseguindo se enquadrar como arroz tipo longo fino. Além disso, o Cirad apresentou problemas com a falta de armazenagem adequada e o atraso na colheita.
O presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), Antônio Galvan, diz que Cirad 141, além de longo, tipo 3. “Abaixo disso, só tem quirela”, aponta.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/329910/visualizar/
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