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Blair se reconcilia com a Europa e recebe críticas britânicas
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, fechou o semestre da Presidência britânica da União Européia com êxito, ao conseguir um acordo sobre o Orçamento para 2007-2013, que descreveu como bom para a Europa e para O Reino Unido, apesar de sua austeridade.
O orçamento, que deve financiar o desenvolvimento dos dez países mais pobres da UE - os que ingressaram no bloco em 2004 -, permite à Europa "ir para frente e mostrar solidariedade aos novos Estados-membros", assinalou Blair após a cúpula da UE realizada em Bruxelas.
O primeiro-ministro salvou assim, no último minuto, uma Presidência que apesar do tradicional euroeceticismo britânico tinha levantado expectativas de mudança quando Blair, em julho, defendeu a modernização da UE e um maior investimento em pesquisa, tecnologia e desenvolvimento.
Blair se reconciliou ontem à noite com a Europa, após pôr mais 2,5 bilhões de euros do "cheque britânico" - a devolução que o Reino Unido recebe anualmente da UE - para financiar "de forma equitativa" a ampliação aos países do Leste, até somar um total de 10,5 bilhões de euros.
No entanto, Blair não se livrou das críticas da imprensa britânica, que falou de "uma rendição", uma vez que em troca do 2,5 bilhões de euros não conseguiu modificar as ajudas à Política Agrícola Comum (PAC), que em julho o premier qualificou de obsoletas e atrasadas, e das quais se beneficiam sobretudo França, Espanha e Itália. Seu principal rival nas negociações, o presidente francês, Jacques Chirac, não hesitou em elogiar o gesto "politicamente difícil" realizado por Blair.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, destacou os esforços feitos por Blair. Há poucas semanas, após uma primeira oferta de orçamento ainda mais austera, o português comparou o premier com o "Xerife de Nottingham", que tirava o dinheiro dos pobres para dá-lo aos ricos.
Durão Barroso qualificou o acordo de "importante sinal político para a Europa", pondo fim a um ano de estagnação e sendo necessário após a crise aberta pelo "não" à Constituição Européia nos referendos de maio e junho na França e na Holanda, respectivamente.
Blair tentou tranqüilizar a opinião pública britânica ontem à noite e explicou que o Reino Unido mantém intocável a estrutura de seu "cheque", que continuará aumentando durante os próximos anos.
Além disso, conseguiu que a Comissão Européia revise em 2008 a estrutura do orçamento europeu, embora não se espere que se ponham em prática reformas da PAC e do "cheque" antes do próximo orçamento.
Esse pacto, segundo Blair, "elimina um grande obstáculo para que a Europa possa movimentar-se na direção adequada da modernização" e não tenha que enfrentar mais negociações orçamentárias difíceis baseadas em puros interesses nacionais.
O líder britânico se saiu bem da negociação orçamentária, já que seu montante total, de 862,36 bilhões de euros, só supera em 0,045% o teto de 1% da Renda Nacional Bruta (RNB) que desejavam os países mais ricos da UE, entre eles o Reino Unido.
Para conseguir o acordo, Blair recorreu à estratégia de apresentar de modo tardio, no último dia 5, sua primeira proposta, sensivelmente menor, que não satisfez a ninguém. A oferta definitiva foi entregue na última hora, em um momento decisivo, após uma intensa rodada de consultas bilaterais.
Esta hábil tática se traduziu em um orçamento com menos recursos que os pedidos pela Comissão Européia, o Parlamento Europeu e a anterior Presidência luxemburguesa, que sofreu uma derrota nas negociações de junho.
O Reino Unido, principal defensor da ampliação da UE, tem também entre as conquistas de seu semestre na Presidência a abertura das negociações de adesão, em 3 de outubro, com a Croácia e Turquia.
O orçamento, que deve financiar o desenvolvimento dos dez países mais pobres da UE - os que ingressaram no bloco em 2004 -, permite à Europa "ir para frente e mostrar solidariedade aos novos Estados-membros", assinalou Blair após a cúpula da UE realizada em Bruxelas.
O primeiro-ministro salvou assim, no último minuto, uma Presidência que apesar do tradicional euroeceticismo britânico tinha levantado expectativas de mudança quando Blair, em julho, defendeu a modernização da UE e um maior investimento em pesquisa, tecnologia e desenvolvimento.
Blair se reconciliou ontem à noite com a Europa, após pôr mais 2,5 bilhões de euros do "cheque britânico" - a devolução que o Reino Unido recebe anualmente da UE - para financiar "de forma equitativa" a ampliação aos países do Leste, até somar um total de 10,5 bilhões de euros.
No entanto, Blair não se livrou das críticas da imprensa britânica, que falou de "uma rendição", uma vez que em troca do 2,5 bilhões de euros não conseguiu modificar as ajudas à Política Agrícola Comum (PAC), que em julho o premier qualificou de obsoletas e atrasadas, e das quais se beneficiam sobretudo França, Espanha e Itália. Seu principal rival nas negociações, o presidente francês, Jacques Chirac, não hesitou em elogiar o gesto "politicamente difícil" realizado por Blair.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, destacou os esforços feitos por Blair. Há poucas semanas, após uma primeira oferta de orçamento ainda mais austera, o português comparou o premier com o "Xerife de Nottingham", que tirava o dinheiro dos pobres para dá-lo aos ricos.
Durão Barroso qualificou o acordo de "importante sinal político para a Europa", pondo fim a um ano de estagnação e sendo necessário após a crise aberta pelo "não" à Constituição Européia nos referendos de maio e junho na França e na Holanda, respectivamente.
Blair tentou tranqüilizar a opinião pública britânica ontem à noite e explicou que o Reino Unido mantém intocável a estrutura de seu "cheque", que continuará aumentando durante os próximos anos.
Além disso, conseguiu que a Comissão Européia revise em 2008 a estrutura do orçamento europeu, embora não se espere que se ponham em prática reformas da PAC e do "cheque" antes do próximo orçamento.
Esse pacto, segundo Blair, "elimina um grande obstáculo para que a Europa possa movimentar-se na direção adequada da modernização" e não tenha que enfrentar mais negociações orçamentárias difíceis baseadas em puros interesses nacionais.
O líder britânico se saiu bem da negociação orçamentária, já que seu montante total, de 862,36 bilhões de euros, só supera em 0,045% o teto de 1% da Renda Nacional Bruta (RNB) que desejavam os países mais ricos da UE, entre eles o Reino Unido.
Para conseguir o acordo, Blair recorreu à estratégia de apresentar de modo tardio, no último dia 5, sua primeira proposta, sensivelmente menor, que não satisfez a ninguém. A oferta definitiva foi entregue na última hora, em um momento decisivo, após uma intensa rodada de consultas bilaterais.
Esta hábil tática se traduziu em um orçamento com menos recursos que os pedidos pela Comissão Européia, o Parlamento Europeu e a anterior Presidência luxemburguesa, que sofreu uma derrota nas negociações de junho.
O Reino Unido, principal defensor da ampliação da UE, tem também entre as conquistas de seu semestre na Presidência a abertura das negociações de adesão, em 3 de outubro, com a Croácia e Turquia.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/330026/visualizar/
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