Enfermeiro acusado de dopar crianças alega inocência

Rio de Janeiro - O técnico em enfermagem Abraão José Bueno, acusado pelo Ministério Público Federal de matar quatro crianças e de tentar matar outras quatro, alegou ser inocente, nesta sexta, em depoimento à 8.ª Vara Criminal Federal do Rio. Ele, que chegou ao tribunal algemado, disse à juíza Valéria Magalhães que os médicos do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, onde as crianças estavam internadas, fizeram uma "conspiração" para incriminá-lo.

Bueno afirmou também que medicamentos encontrados em sua bolsa seriam transportados entre os hospitais em que trabalhava. Ele é acusado de matar as crianças com injeções de sedativos, aplicadas sem ordem médica. O instituto é uma unidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Bueno foi contratado por meio de concurso em 2001. Ele foi preso em 11 de novembro.

A pena para cada acusação vai de 12 a 30 anos de prisão. No instituto, suspeita-se que pelo menos 15 crianças sofreram parada respiratória ou sensação de torpor depois de receber medicamentos do técnico.