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Internacional
Quarta - 14 de Dezembro de 2005 às 18:11

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assumiu nesta quarta-feira a responsabilidade por ir à guerra no Iraque com base em dados errôneos. Ele também pediu paciência para a ofensiva americana no país árabe, onde amanhã serão realizadas eleições.

O governante fez um discurso em um centro de estudos, em Washington (EUA), na última alocução de uma série de quatro nas quais defendeu sua estratégia no Iraque frente ao desencanto dos americanos pelo andamento da guerra. Bush reconheceu que foram "errôneos" os dados dos serviços de inteligência usados para declarar a guerra porque o Iraque teria armas de destruição em massa, o que se mostrou falso.

"Como presidente, sou responsável pela decisão de ir ao Iraque e também tenho a responsabilidade de solucionar o que foi errado melhorando nossos serviços de inteligência, que é exatamente o que estamos fazendo", afirmou. Apesar de tudo, Bush insistiu que a decisão de invadir o país foi correta. "Minha decisão de derrubar Saddam Hussein foi adequada. Saddam era uma ameaça e o mundo e os cidadãos americanos estão hoje em melhor situação porque ele já não está no poder", afirmou.

Em quatro discursos, Bush defendeu seu plano bélico frente a alguns legisladores democratas que pediram um calendário para a retirada das tropas americanas do Iraque. Bush respondeu que os EUA "não podem e não devem abandonar o Iraque antes que se tenha alcançado uma vitória total".

O governo americano depositou suas esperanças no êxito do pleito desta quinta-feira no Iraque, que considera que representará um duro golpe aos insurgentes e um impulso de moral para os americanos. Cerca de 155 mil soldados americanos permanecem no Iraque, onde já morreram mais de 2.140 militares dos EUA e mais de 30 mil iraquianos.

O êxito desse pleito permitiria a Bush alegar que sua estratégia é adequada e - se o governo eleito for estável -, com o tempo, facilitaria a saída gradual das tropas americanas. Washington baseia sua estratégia na formação das forças de segurança iraquianas para que gradualmente substituam as americanas na luta contra os insurgentes.

Bush e vários funcionários da Casa Branca se reuniram na última terça-feira com um grupo de legisladores democratas para debater a guerra no Iraque. Uma pesquisa divulgada esta semana pela rede de televisão americana CNN indica que a maioria dos cidadãos, 59%, continua sem respaldar a forma como Bush maneja a crise iraquiana, contra 39% que apóiam o governante.

É um resultado negativo, mas melhor do que o da enquete realizada há um mês, na qual 63% dos entrevistados desaprovavam o presidente, contra 35% que o aprovavam. A última pesquisa revela que 58% dos americanos não acredita que Bush tenha um plano claro para a vitória no Iraque, enquanto 38% acham que ele tem.




Fonte: EFE

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