Brasil cai duas posições no ranking do Unicef sobre situação da criança

O Brasil caiu duas posições no ranking do relatório "Situação Mundial da Infância 2006", divulgado nesta quarta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No relatório do ano passado, o Brasil ocupava a posição de número 90ª e agora caiu para a 88ª. Isto significa que o Brasil piorou porque, no ranking do Unicef, fica em primeiro lugar quem tem o pior resultado. O ranking considera apenas a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos. No relatório deste ano, o Brasil está ao lado das Filipinas; uma posição melhor do que Egito e Cabo Verde; e uma pior que Turquia, República Dominicana e Armênia.

O melhor desempenho é de Singapura, na Ásia, que está empatado com a Islândia, e o pior, de Serra Leoa, na África. Entre os países que estão melhor colocados que o Brasil aparecem China (posição 93ª), Peru (97ª), México (98ª), Paraguai (107ª), Colômbia (113ª), Argentina (127ª), Chile (152ª) e Cuba (159ª). O relatório envolve dados de 193 países e territórios.

A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, disse que a piora da posição do Brasil significa que outros países tiveram maiores avanços no período. Ela disse isso porque, analisando-se apenas a taxa de mortalidade, o Brasil obteve uma pequena melhora. No relatório do ano passado, que tinha como base dados ou estimativas de 2003, a taxa brasileira era de 35 mortes até os 5 anos de idade para cada mil crianças nascidas vivas. No ranking divulgado hoje, a taxa caiu para 34 mortes. A da Turquia, por sua vez, caiu mais, de 39 para 32 e a de El Salvador, de 36 para 28. Com isso, os dois países passaram à frente do Brasil.

O Unicef também divulgou um outro ranking exclusivo para o Brasil, comparando o desempenho dos municípios na atenção dedicada a crianças de até 6 anos de idade. Foram considerados quatro indicadores: escolaridade dos pais, acesso das gestantes a pelo menos seis consultas pré-natais, matrícula de crianças de 4 a 6 anos na pré-escola e cobertura de vacinação. Comparando dados do período 96-99 ao período 2000-2004, o Unicef concluiu que o Brasil melhorou, de 0,61 para 0,67 no chamado Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), em que o melhor resultado é 1.

O município brasileiro com mais alto IDI é nova Pádua, no Rio Grande do Sul, e o pior é Pau D'Arco, no Piauí. São Paulo é o único estado com IDI (0,803) considerado alto, acima de 0,8. O estado do Rio aparece em quarto lugar entre os estados, com IDI 0,746. A cidade do Rio tem IDI 0,790, classificado como médio. É o 34º IDI dentro do estado e o 670º nacionalmente. Macaé, com IDI de 0,886, ocupa a melhor posição no Rio e a 81ª de todo o país. O pior IDI do Rio é Sumidouro (0,505), ocupando a posição 92ª no estado e a 4.099ª nacionalmente, num universo de 5.560 municípios pesquisados. Abaixo de 0,5, o IDI é considerado baixo.