Estudo: infecções podem provocar câncer infantil
A equipe de cientistas analisou três mil casos de câncer infantil, em crianças de zero a 14 anos, num período entre 1954 e 1998. Eles descobriram que dois tipos de câncer, leucemia e câncer no cérebro, ocorriam repetidamente em crianças em épocas e localizações geográficas específicas.
Este "agrupamento espaço-tempo" dos casos é um padrão típico de doenças infecciosas, o que dá peso à teoria de que epidemias poderiam ter relação com o surgimento de casos de câncer.
"Pegar câncer" Os pesquisadores alertaram, porém, que isso não significa que as pessoas possam "pegar câncer" junto com as doenças infecciosas. Isso porque a infecção só levaria ao desenvolvimento de câncer em um número muito pequeno de indivíduos que já são geneticamente suscetíveis à doença.
"Descobrimos que o local de nascimento era particularmente importante, o que sugere que uma infecção na mãe, durante a gravidez, ou na criança, em seus primeiros anos, pode ser um fator que vai desencadear o câncer", disse Richard McNally, que trabalha na Escola de Ciências Médicas e Clínicas (Saúde Infantil) da Universidade de Newcastle.
"Estas podem ser doenças comuns, sem gravidade, que não são nem mesmo motivo de consulta com o médico, como resfriado, uma gripe fraca ou um vírus no sistema respiratório." "De qualquer forma isto pode levar ao câncer apenas os indivíduos que já têm células mutantes em seus corpos. O vírus pode atingir esta célula mutante e causar uma segunda mutação, estimulando o início de casos de câncer como leucemia ou tumor no cérebro", acrescentou.
A descoberta pode levar à adoção de medidas preventivas mais eficientes para câncer, e resultar em um melhor tratamento da doença.
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