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Cidades/Geral
Segunda - 12 de Dezembro de 2005 às 17:23
Por: Silvana Ribas

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Vinte e cinco por cento dos 37,9 mil autos de infração lançados pelos agentes de trânsito de Cuiabá, entre 1º de janeiro e 9 de dezembro, são contra carros oficiais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Entre 500 e 700 autos contra "autoridades", servidores públicos em serviço e "assessores" são emitidos mensalmente pelos "Amarelinhos", que já se acostumaram com a famosa frase: "Você sabe com quem está falando?". A conhecida "carteirada" vem acompanhada de intimidação e ameaças.

Todos os 71 agentes de trânsito que atuam na cidade já passaram por uma situação envolvendo "autoridades" que em alguns casos evoluíram até para registro policial. O agente Edivaldo Lopes atua há mais de 3 anos como amarelinho motorizado, recentemente passou por uma situação que envolveu ameaça de um motorista, identificado posteriormente como coronel da Polícia Militar.

O agente de trânsito autuava um motorista estacionado na faixa amarela de uma rua ao lado da prefeitura de Cuiabá. O coronel, que vinha em uma caminhonete Mitsubishi, passou por ele em alta velocidade e quase o atropelou. Parou alguns metros a frente, quando percebeu que tinha a placa anotada. Desceu do veículo e o ameaçou. Ordenou que o agente rasgasse a multa senão o faria engolir o papel. O caso terminou em registro policial.

A agente Cláudia Borges, que hoje coordena o setor de Defesa de Autuação, teve uma experiência semelhante. Ela e uma colega atuavam na avenida Rubens de Mendonça, diante da Justiça Federal quando foram desacatadas por um juiz federal, irritado com uma autuação recebida. O juiz parou nervoso diante do prédio e ficou irritado porque dois veículos estavam muito próximos e não conseguiam fazer a manobra para sair.

As agentes orientavam o trânsito quando o juiz começou a xingar os outros condutores e buzinar insistentemente para que saíssem. Depois de deixar o local e seguir para um estacionamento ele voltou e passou a destratar as agentes que o haviam multado pelo buzinasso. Fez questão de tirar a carteira de juiz e apresentar às agentes. Quando elas disseram que também eram formadas em direito o juiz passou a ofendê-las e depreciar a formação delas. Outros que dão trabalho aos agentes são políticos, seus familiares e assessores, diz Rafael Detoni Moraes, diretor de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTU). "O fato de não pagarem as multas contribui para que continuem desrespeitando as leis de trânsito e afrontando os agentes".





Fonte: Da Redação

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