Amarelinhos denunciam "oficiais"
Todos os 71 agentes de trânsito que atuam na cidade já passaram por uma situação envolvendo "autoridades" que em alguns casos evoluíram até para registro policial. O agente Edivaldo Lopes atua há mais de 3 anos como amarelinho motorizado, recentemente passou por uma situação que envolveu ameaça de um motorista, identificado posteriormente como coronel da Polícia Militar.
O agente de trânsito autuava um motorista estacionado na faixa amarela de uma rua ao lado da prefeitura de Cuiabá. O coronel, que vinha em uma caminhonete Mitsubishi, passou por ele em alta velocidade e quase o atropelou. Parou alguns metros a frente, quando percebeu que tinha a placa anotada. Desceu do veículo e o ameaçou. Ordenou que o agente rasgasse a multa senão o faria engolir o papel. O caso terminou em registro policial.
A agente Cláudia Borges, que hoje coordena o setor de Defesa de Autuação, teve uma experiência semelhante. Ela e uma colega atuavam na avenida Rubens de Mendonça, diante da Justiça Federal quando foram desacatadas por um juiz federal, irritado com uma autuação recebida. O juiz parou nervoso diante do prédio e ficou irritado porque dois veículos estavam muito próximos e não conseguiam fazer a manobra para sair.
As agentes orientavam o trânsito quando o juiz começou a xingar os outros condutores e buzinar insistentemente para que saíssem. Depois de deixar o local e seguir para um estacionamento ele voltou e passou a destratar as agentes que o haviam multado pelo buzinasso. Fez questão de tirar a carteira de juiz e apresentar às agentes. Quando elas disseram que também eram formadas em direito o juiz passou a ofendê-las e depreciar a formação delas. Outros que dão trabalho aos agentes são políticos, seus familiares e assessores, diz Rafael Detoni Moraes, diretor de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTU). "O fato de não pagarem as multas contribui para que continuem desrespeitando as leis de trânsito e afrontando os agentes".
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