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Internacional
Segunda - 12 de Dezembro de 2005 às 12:30

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Bagdá - As eleições parlamentares que encerrarão o processo de transição no Iraque começaram hoje com o voto das forças de segurança, dos doentes e dos presos, em meio a novos incidentes violentos que mataram cinco pessoas.

Milhares de iraquianos que estão internados em hospitais ou detidos em prisões do país começaram a votar hoje para eleger uma nova Assembléia. Amanhã será a vez dos mais de 1,5 milhão de iraquianos que vivem no exterior, e na quinta-feira os outros 15 milhões de eleitores do país irão às urnas.

No entanto, os prisioneiros acusados de terrorismo ou que estejam vinculados à insurgência que luta no país não poderão votar.

Os iraquianos irão às urnas esta semana pela terceira vez, agora para eleger uma assembléia de 275 membros que colocará fim ao processo de transição traçado pelos Estados Unidos após a derrubada de Saddam Hussein, em março de 2003.

Em 30 de janeiro, os iraquianos elegeram uma Assembléia de transição que redigiu uma Constituição referendada em plebiscito em outubro. As duas eleições foram boicotadas pela comunidade sunita, minoritária no país.

Um dos advogados de Saddam, Issam Ghazawi, informou hoje que o ex-ditador não participará da votação. "Saddam considera que o processo é uma farsa inventada pelos americanos. É óbvio que não votará nestas eleições, porque acredita que ainda é presidente do país", disse.

O processo transcorrerá em meio a fortes medidas de segurança, planejadas para conter a violência que atinge o país. O governo fechou todas as fronteiras e aeroportos do país durante um mês e impôs um toque de recolher que irá da manhã de terça a sexta-feira.

Além disso, um contingente especial das Forças de Elite iraquianas será mobilizado na cidade de Ramadi e em outras áreas do "triângulo sunita", coração da insurgência, para tentar garantir a segurança durante a votação.

As autoridades prevêem que a violência que atinge o país não dará trégua no dia da votação, apesar das medidas de segurança adotadas.

Nesta segunda-feira, dia em que as medidas entraram em vigor, pelo menos uma pessoa morreu em um atentado contra o hospital Al-Kindi, no leste de Bagdá, onde os doentes votavam. Um carro-bomba explodiu ao lado do posto de controle da polícia iraquiana que vigiava o centro médico e deixou outras 14 pessoas feridas.

Outro veículo explodiu em um posto de controle da polícia na localidade de Nahrawan, a oeste de Bagdá, onde matou um policial e deixou outros sete feridos, três deles em estado grave.

Fontes do Ministério do Interior iraquiano disseram à EFE que três pessoas morreram e cinco ficaram feridas em confrontos ocorridos em diversos pontos de Bagdá entre grupos rebeldes e tropas americanas apoiadas por policiais iraquianos.

Segundo o capitão Ahmed Abdala, porta-voz do Ministério do Interior, os rebeldes fizeram uma série de ataques, aparentemente coordenados, contra patrulhas conjuntas numa praça e nos bairros de Al-Khadra e Ghazaliya, no oeste da capital.

A fonte também informou que um grupo de rebeldes armados com fuzis e lança-granadas atacaram a delegacia de Ameriya, no oeste da capital, mas não pôde afirmar se houve vítimas.

Sete agentes do Ministério do Interior ficaram feridos na explosão de uma bomba em uma estrada no sul de Bagdá. Os policiais faziam parte das equipes de segurança que vigiam instalações petrolíferas no "triângulo da morte", uma área agrícola ao sul da capital controlada por tribos insurgentes sunitas.




Fonte: EFE

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