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Internacional
Quinta - 08 de Dezembro de 2005 às 17:43

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Cairo - Os combates sangrentos que marcaram a eleição parlamentar egípcia põem em dúvida a sinceridade da promessa do presidente Hosni Mubarak, de liberalizar e democratizar o país. A violência parece ter sido uma tentativa de impedir o avanço do grupo clandestino Irmandade Muçulmana, que apoiou diversos candidatos de oposição. Se era esse o objetivo, o governo fracassou: políticos indicados pela Irmandade conquistaram pelo menos 88 cadeiras no parlamento de 454 membros. Antes, a Irmandade controlava apenas 15 vagas.

Pelo menos 10 pessoas morreram na violência que marcou as três fases do pleito, que teve início em 9 de novembro. A votação final, na última quarta-feira, foi a mais sangrenta - oito pessoas, incluindo um menino de 14 anos, morto a tiros. O governo dos EUA manifestou preocupação com o "compromisso do Egito com a democracia e a liberdade", num reconhecimento tácito do revés para a política americana de semear democracias pelo Oriente Médio.

Os comentários, emitidos pelo Departamento de Estado, representam uma rara crítica de Washington a Mubarak, o principal aliado dos americanos no mundo islâmico.

A despeito do caos nas seções eleitorais e das prisões em massa de membros da oposição, o pleito produziu um extraordinário aumento no número de vagas parlamentares que a Irmandade ocupa. O Partido Nacional Democrata, de Mubarak, ainda controla uma maioria esmagadora, mas agora terá de negociar com a oposição - antes, sequer oposição havia.




Fonte: EFE

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