César Maia quer vender cemitério para bancar o Pan

As sérias dificuldades em arrecadar recursos para o Pan-Americano de 2007 levaram o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), a tentar até a venda de um cemitério. Com o objetivo de reunir R$ 115 milhões para tocar parte as obras, Maia enviou projeto à Câmara de Vereadores pedindo autorização para negociar 13 terrenos de propriedade do município, inclusive a área de 22,6 mil metros quadrados onde, há cerca de 50 anos, está instalado o Cemitério Comunal Israelita, no bairro do Caju.

De acordo com o jornal O Globo, a lista também inclui o terreno do Colégio Anglo-Americano no Condomínio Nova Ipanema, na Barra da Tijuca, dois galpões atualmente utilizados pela Igreja Universal, em Del Castilho, e a antiga sede da Guarda Municipal, no Botafogo.

Segundo o secretário municipal de Fazenda, Francisco de Almeida e Silva, o dinheiro proveniente das eventuais negociações será investido não apenas no Pan, mas em outras melhorias na cidade. À exceção do cemitério, cuja venda deve ser tratada diretamente com os arrendatários do terreno, os demais imóveis devem ser oferecidos por meio de leilões públicos.

O Cemitério Israelita, que já se comprometeu a avaliar a oferta, informa que o local, atualmente, abriga cerca de seis mil corpos, ocupando aproximadamente 95% da área. Como a religião judaica proíbe que os mortos sejam retirados das sepulturas, a administração do cemitério não cogita usar o local para outras finalidades.

A direção do Anglo-Americano também revelou que o colégio tem interesse em adquirir a área, hoje cedida pela prefeitura em troca da cessão de bolsas para alunos carentes.