Mudança aproxima trilhos de Rondonópolis
A deputada Vera Araújo, do PT, que esteve presente na palestra, cobrou uma data para a definição da aprovação do EIA-Rima para o trecho até Cuiabá e para o início das obras.
O representante da Brasil Ferrovias já havia informado que as obras do trecho de Alto Taquari até Rondonópolis (240 km) consumiriam 1,285 bilhão de reais, em 24 meses após seu início. Só na aquisição de 200 vagões e nove locomotivas para o trecho serão investidos 535 milhões de reais. José Oswaldo Cruz disse que a data de início das obras dependerá da conclusão do estudo de impacto ambiental e da viabilização dos recursos necessários.
Apesar da mudança do traçado, Cruz garantiu que a empresa vai honrar o contrato de concessão e, futuramente, estender os trilhos até Cuiabá. Para que a mudança possa ser efetiva será necessário um novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), já que está aprovado somente o licenciamento até Mineiros.
A representante da OAB no evento, Luciana Serafim, informou que a entidade irá lutar para que o EIA/Rima do novo trecho seja executado juntamente com os estúdios necessários para efetivar o traçado até Cuiabá. José Oswaldo Cruz disse que esta deverá ser a intenção da empresa. O secretário chefe da Casa Civil do governo do estado, Luiz Antônio Pagot, ofereceu a ajuda do estado para facilitar a viabilização do EIA-Rima da obra, “fundamental para o desenvolvimento do estado”, conforme o secretário. A Brasil Ferrovias tem o compromisso de dar uma resposta sobre o financiamento do EIA-Rima até o dia 31 de janeiro.
O assessor da Brasil Ferrovias esclareceu ainda que a empresa está fazendo investimentos nos terminais de carga de Alto Araguaia e Alto Taquari, local onde os trilhos estão parados. Em Alto Araguaia está sendo ampliada a capacidade de armazenagem. Já em Alto Taquari está sendo feita a pavimentação das ruas do terminal.
Conforme José Oswaldo Cruz, a empresa também está fazendo investimentos em outra holding do grupo, a Novoeste do Brasil, que detém a concessão da ferrovia em São Paulo. “Não adianta investir aqui, se lá, nos locais de escoamento, no acesso ao Porto de Santos, a ferrovia não estiver em condições de receber o fluxo de carga”, explicou. A empresa está investindo ainda na construção de um terminal de carga no porto.
Diante da informação de que alguns dos fundos de pensão que participam da holding podem vender suas ações no empreendimento, o ex-presidente da FIEMT, Antônio Carlos Borges Garcia, reivindicou que a deputada Vera Araújo articulasse para que isso não ocorresse. Ele entende que isso poderá prejudicar a implantação do trecho até Cuiabá, que é o mais caro de todo o projeto de expansão da ferrovia. Vera disse que irá manter contato com a bancada federal sobre o assunto.
Também participaram da palestra o presidente da FIEMT, Nereu Luiz Pasini; o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, o coordenador do Movimento Pró-Ferrovia em Cuiabá, Francisco Vuolo e Roberto Carvalho, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, além de presidentes de sindicados de áreas diversas.
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