Saddam alega maus-tratos e se nega a ir a julgamento
A atitude de Saddam causou confusão no Tribunal Especial Iraquiano nesta quarta-feira, responsável por julgá-lo. Segundo a agência de notícias Reuters, a equipe de defesa discutia o assunto com Saddam.
Até as 12h15 (7h15 de Brasília), mais de uma hora depois do horário previsto para o início do julgamento, não havia nenhum sinal de que Saddam iria se dirigir à corte.
Funcionários do tribunal também informaram à Reuters que, em princípio, o julgamento poderia continuar sem a presença dos réus, mas o juiz que preside o julgamento, Rizgar Mohammed Amin, ordenou que o ex-ditador estivesse presente.
No final da audiência ocorrida nesta terça-feira, Saddam mandou os juízes "para o inferno", dizendo que não iria mais participar do julgamento, realizado por uma corte ilegal. Ele também afirmou que o processo é uma "simulação" promovida pelo governo americano e repreendeu severamente Amin e o promotor-chefe, cujo nome não foi revelado, por motivos de segurança.
Na audiência registrada nesta terça-feira, três testemunhas --duas mulheres e um homem-- foram ouvidas pelos juízes. Por medo de represálias, elas ficaram ocultas atrás de uma cortina, e suas vozes foram distorcidas por equipamentos eletrônicos.
Enforcamento
O antigo presidente iraquiano e seus advogados de defesa enfrentam acusações de crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de 143 iraquianos de origem xiita, ocorrido em 1982 no vilarejo de Dujail, ao norte de Bagdá.
Segundo os promotores, Saddam teria ordenado as execuções depois de uma suposta tentativa de assassinato contra ele ocorrida em 1982 nesse local. A pena máxima prevista é o enforcamento.
O massacre de Dujail não é o único crime atribuído ao regime de Saddam Hussein, mas é o primeiro caso que se conseguiu levar ao tribunal iraquiano, segundo autoridades iraquianas.
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