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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 06 de Dezembro de 2005 às 10:06

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O primeiro-ministro do Iraque, Ibrahim al-Jaafari, fechou hoje um acordo com o Governo japonês, que se compromete a financiar vários projetos de exploração de petróleo e gás para ajudar o país árabe a recuperar parte da infra-estrutura energética destruída pela guerra.

Após a promessa do primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, de que as tropas japonesas permanecerão no Iraque em 2006, Al Jaafari conseguiu hoje, em seu segundo dia de visita ao Japão, o compromisso de Tóquio para aumentar a participação econômica na reconstrução do país árabe.

O acordo foi assinado pelo ministro iraquiano do Petróleo, Ibrahim Bahr Al Ulum, e pelo titular japonês de Economia, Comércio e Indústria, Toshihiro Nikai. Foi firmada uma declaração conjunta em que Tóquio garante o financiamento de três importantes projetos de exploração de gás e petróleo.

Fontes governamentais japonesas, citadas pela agência Kyodo, confirmaram que o objetivo é ajudar a aumentar a produção de hidrocarbonetos no Iraque de 1,6 milhão de barris diários para 2 milhões em 2006.

O acordo prevê o financiamento desta meta com boa parte dos US$ 3,5 bilhões que o Japão fornecerá em créditos ao Iraque, e a formação de mil engenheiros iraquianos durante dois anos, a partir de 2006. Com este acordo, o Japão se torna o primeiro país a selar um compromisso deste tipo com o Iraque.

Nikai explicou em entrevista coletiva que este documento será "a base do fortalecimento das relações bilaterais". Por isso, será criado um comitê conjunto destinado à supervisão dessa cooperação energética.

Os três projetos de energia incluem a extração de gás de petróleo liquidificado, e a reabilitação e expansão de instalações petrolíferas em portos e refinarias.

Uma destas refinarias está localizada em Basra, sul do país. Sua capacidade de produção de petróleo antes da guerra era de 170 mil barris diários. Atualmente, os equipamentos obsoletos e os danos sofridos pelas instalações durante o confronto reduziram a capacidade de produção à metade.

O Japão iniciou no começo do ano uma série de estudos, calculados em cem milhões de ienes (US$ 800 mil), sobre estes projetos, que receberão grande parte da quantia prometida hoje em Tóquio.

O ministro iraquiano pediu hoje a Nikai que o Japão forneça às usinas de energia peças com tecnologia desenvolvida no Iraque. O ministro japonês prometeu atender a estes pedidos a partir de janeiro.

A ajuda econômica decidida hoje se soma ao acordo firmado em 24 de novembro pelos ministros das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, e do Japão, Taro Aso, pelo qual Tóquio se comprometeu a perdoar empréstimos concedidos a Bagdá no valor de US$ 6,1 bilhões, o equivalente a 80% dos créditos japoneses entregues ao país árabe.

O perdão da dívida corresponde à decisão adotada no Clube de Paris, onde 19 países credores do Iraque concordaram em perdoar 80% de seus empréstimos. O remanescente da dívida japonesa será pago nos próximos 23 anos, incluindo um período de carência de seis anos.

O perdão da dívida pelo Japão permite a retomada da linha de créditos japoneses com empréstimos de US$ 29 milhões ao país árabe já dentro deste ano fiscal, que termina em 31 de março.

A primeira fase do perdão de 80% da dívida iraquiana, estipulada em Paris em novembro, elimina de forma automática 30% da mesma, ou seja, 70% dos juros dos quase US$ 47 bilhões que o Iraque deve aos membros do Clube. Calcula-se que a dívida total do Iraque supere US$ 100 bilhões.

Além da ajuda econômica, o Japão contribui para a manutenção da segurança do Iraque com 600 militares mobilizados na localidade de Samawa, sul do país, onde atuam em trabalhos de reconstrução e ajuda humanitária. Na quinta-feira, o Governo japonês deve decidir se prolonga a missão, que termina em 14 de dezembro, por mais um ano.

Durante as reuniões realizadas na segunda-feira, Koizumi teria dito a Al-Jaafari que está disposto a prolongar essa missão militar para ajudar a garantir a transição política e econômica no Iraque.





Fonte: EFE

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