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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 06 de Dezembro de 2005 às 07:28

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O governo americano disse nesta segunda-feira que a alta abstenção nas eleições parlamentares na Venezuela põe em dúvida a legitimidade dos resultados. "Isso (a abstenção) reflete uma ampla falta de confiança na imparcialidade e na transparência do processo eleitoral, que vale a pena ser ressaltada", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Adam Ereli.

Cerca de 75% dos eleitores venezuelanos não comparecerem às urnas na votação de domingo, que foi boicotada por vários partidos de oposição alegando favorecimento de candidatos governistas.

Embora os resultados oficiais ainda não tenham sido divulgados, analistas prevêem uma vitória do partido do presidente Hugo Chávez, Movimento da Quinta República, e seus aliados.

Observadores

O porta-voz do Departamento de Estado foi confrontado por um repórter com a informação de que metade dos eleitores americanos não votavam, mas insistiu no argumento, sugerindo que 75% era um número excepcionalmente alto.

Ereli também disse que é preciso esperar que as equipes de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Européia façam os seus relatórios sobre a eleição para fazer "uma avaliação final".

Aliados de Chávez já se declararam vitoriosos, com três partidos dizendo esperar conquistar pelo menos 141 dos 167 votos. Antes da votação, os aliados de Chávez tinham 89 cadeiras na Assembléia.

O presidente já tem maioria no Parlamento, mas precisa ampliá-la para o equivalente a dois terços dos deputados para conseguir aprovar uma série de mudanças, incluindo uma que acabaria com o limite constitucional de dois mandatos presidenciais e, na prática, estenderia o mandato de Chávez até 2012.

O argumento de que a baixa participação compromete a legitimidade da eleição também está sendo usado pela oposição venezuelana.

Nenhum dos cinco principais partidos oposicionistas participou da eleição, acusando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de favorecimento aos candidatos governistas. Eles propuseram um boicote alegando que o governo controla o CNE e que as máquinas de votação eletrônica não são confiáveis.

"A Venezuela está falando com seu silêncio", disse Julio Borges, um dos líderes de oposição.

O líder da bancada republicana no Senado, Bill Frist, defendeu em um artigo publicado nesta segunda-feira no jornal The Miami Herald que o governo aumente a sua ajuda financeira à oposição na Venezuela.

Áreas pobres

Pesquisas de intenção de voto já mostravam vantagem para os candidatos de Chávez mesmo antes do boicote ser anunciado.

Em diferentes discursos, especialmente na sexta-feira e no sábado, o presidente acusou a oposição de estar tentando desestabilizar seu governo.

Ele também afirmou que o governo americano está ajudando os opositores em seu protesto – o que foi negado por Washington.

Em 2004 Chávez venceu um referendo para reafirmar sua permanência no poder que também foi questionado pela oposição.

Na época, apesar de monitores internacionais terem validado a eleição, muitos partidos de oposição afirmaram que houve fraude no processo.




Fonte: BB

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