Líder opositor recorrerá dos resultados das eleições
"A oposição pode levar à rua a milhares de pessoas, mas tomou a decisão de não fazê-lo", disse Tuyakbai, que antes de passar à oposição foi procurador-geral e presidente do Parlamento.
Ele ressaltou, contudo, que recorrerá à Justiça dos resultados da apuração, que dão a Nazarbayev mais de 91% dos votos e são, segundo Tuyakbai, "conseqüência das violações sem precedentes à Constituição e à lei durante toda a campanha eleitoral".
Uma declaração política de "Por um Cazaquistão livre" emitida hoje exige à Comissão Eleitoral Central apresentar as listas de eleitores e as cópias das atas dos colégios eleitorais.
"A prova mais indubitável (das irregularidades) é a enorme diferença entre os dados oficiais sobre a participação e o número de cidadãos que participou das eleições", acrescenta o documento.
A missão de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) garantiu que, embora tenham havido melhoras no processo eleitoral, as eleições presidenciais cazaques não se ajustaram a uma "série de padrões europeus de eleições democráticas".
Já o chefe da missão britânica de observadores, o deputado Peter Lilley, assegurou que o "grande respaldo obtido pelo presidente não deve ser interpretado como um pretexto para pôr em dúvida as eleições".
Ao mesmo tempo, admitiu que Nazarbayev contava com "uma série de vantagens evidentes que permitiram obter esses resultados como a crescente qualidade de vida, a baixa inflação, o aumento das pensões e a alta dos salários dos funcionários públicos".
Em uma reação indireta às declarações opositoras, Nazarbayev tentou suavizar o conflito e até convidou a oposição a uma "cooperação crítica".
O chefe de Estado, que assumiu o poder em 1989, ainda na época da URSS, citou o presidente francês Charles De Gaulle, quem em certa ocasião disse: "Respeito a oposição, mas não tenho a intenção de tolerá-la".
"Não estou de acordo com a segunda parte dessa frase. Sem oposição não pode haver vida política em um país que avança rumo à democracia", disse Nazarbayev.
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