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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 08:32

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Após um recesso de 90 minutos, para que advogados de defesa do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e os juízes do Tribunal Especial Iraquiano que participam da audiência para julgá-lo entrassem em um consenso, o julgamento foi retomado nesta segunda-feira.

Saddam e sete de seus colaboradores estão sendo julgados em Bagdá pelo massacre de 143 xiitas na cidade de Dujail, em 1982.

A audiência ocorrida nesta segunda-feira havia sido interrompida cerca de 20 minutos após o seu início, depois que o ex-secretário americano de Justiça, Ramsey Clark --que se uniu à equipe de defesa de Saddam ainda no final de novembro-- e outros dois advogados do ex-ditador deixaram a corte depois que o juiz que preside a audiência, Rizgar Mohammed Amin, se negou a ouvir seus argumentos sobre a falta de legitimidade do tribunal.

Clark disse que só precisava de dois minutos para apresentar seu argumento, mas Amin negou o tempo pedido, e afirmou que só advogado-chefe da equipe de defesa poderia se dirigir à corte. O juiz também solicitou que os juristas submetessem seus argumentos por escrito e avisou que, se saíssem da corte, ele iria designar novos advogados para Saddam o que, ao final, acabou acontecendo, porque o americano deixou o local, acompanhado dos outros dois advogados

Ao retorno do intervalo, Amin permitiu que Clark e Najib al Nueimi, ex-ministro da Justiça do Qatar --que também se uniu à equipe de defesa de Saddam expusessem seus argumentos contra a legitimidade do tribunal e a falta de segurança que os membros da equipe de defesa têm sentido.

O julgamento de Saddam começou a ser realizado em 19 de outubro passado, e foi suspenso por Amin três horas após começar, depois que dezenas de testemunhas não compareceram à corte por medo. No último dia 28, foi retomado, e interrompido três horas depois para que a defesa pudesse repor três advogados --dois deles foram assassinados e o terceiro fugiu, após ser ferido em um atentado.

Advogados mortos

Dois advogados que trabalhavam na defesa dos réus já foram mortos no Iraque.

Em 21 de outubro último, a polícia encontrou o corpo do advogado Saadoun Sughaiyer al Janabi, que representava Awad Hamed al Bandar, o antigo chefe da Corte Revolucionária de Saddam --que também está sendo julgado--, em um depósito de lixo de Bagdá. Ele foi assassinado com vários tiros na cabeça.

Depois, no último dia 8, o advogado Adel al Zubeidi, que representava o ex-vice-presidente iraquiano Taha Yassin Ramadan e Abdullah Kazim Ruwayyid, membro do antigo partido Baath, foi assassinado. Thamir al Khuzaie --que trabalhava na defesa do meio-irmão de Saddam, Barazan Ibrahim--, ficou ferido nesse ataque e fugiu do Iraque.

Acusações

O antigo presidente iraquiano e seus advogados de defesa enfrentam acusações de crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de mais de 140 iraquianos de origem xiita, ocorrido em 1982 no vilarejo de Dujail, ao norte de Bagdá.

Segundo os promotores, Saddam teria ordenado as execuções depois de uma suposta tentativa de assassinato contra ele ocorrida em 1982 nesse local. A pena máxima prevista é o enforcamento.

O massacre de Dujail não é o único crime atribuído ao regime de Saddam Hussein, mas é o primeiro caso que se conseguiu levar ao tribunal iraquiano, segundo autoridades iraquianas.





Fonte: 24 Horas News

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