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Esportes
Domingo - 04 de Dezembro de 2005 às 18:58

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O técnico Vanderlei Luxemburgo, que foi demitido hoje do comando técnico do Real Madrid, ficou no clube espanhol por 339 dias, não conseguiu títulos, esteve envolvido em polêmicas e deixou a equipe mesmo após uma vitória no Bernabéu.

O treinador enfrentou alguns problemas de relacionamento desde que chegou à capital espanhola. A maior queda-de-braço que teve de enfrentar foi contra o português Luis Figo. Em uma partida importante contra o Barcelona, ousou deixá-lo no banco para promover a entrada de Michael Owen. O Real Madrid venceria por 4 a 2.

O Campeonato Espanhol foi um objetivo não conquistado na última temporada. Assim como o carinho e a simpatia dos torcedores. Quando chegou ao clube, os galácticos estavam a 13 pontos do Barcelona, e no jogo contra a equipe catalã interessava apenas a vitória. Os três pontos começaram a ser encarados como consolo frente aos erros constantes de passes e estilo de jogo recatado praticados. Luxemburgo foi perdoado no início também pelas eliminações na Copa do Rei e na Liga dos Campeões: no primeiro torneio, por estar havia três semanas no cargo, apesar da derrota para o Valladolid, que integra a segunda divisão do futebol espanhol. Na Liga, porque perdeu para uma das equipes mais fortes da Europa, a Juventus do técnico Fabio Capello.

O treinador brasileiro também teve a oportunidade de começar uma temporada desde o início. Com pré-temporada incluída e com as contratações que preferisse. O Real contratou dois brasileiros mais, Júlio Baptista e Robinho, acertou a prioridade em caso de negociação com um terceiro, o lateral Cicinho, do São Paulo, e trouxe um dos jogadores espanhóis de maior projeção: o zagueiro Sergio Ramos.

Os resultados e a apatia da equipe em campo posteriores já não davam muitos motivos para eventuais desculpas. Começou a temporada em igualdade de condições e o público queria espetáculo. Mas este nunca apareceu. É importante ressaltar, porém, que a equipe sofreu com muitos desfalques. Ficaram de fora atletas da importância de Júlio Baptista, Ronaldo, Zidane, Raúl e Helguera, entre outros.

Do quadrado mágico, Luxemburgo passou a adotar o esquema 4-2-3-1.

Do contra-ataque buscando Ronaldo passou a correr atrás da posse da bola nos pés dos rivais. Beckham passou do meio para a lateral.

Pablo García foi substituído por Gravesen. Júlio Baptista caiu pela esquerda e depois pelo meio. Robinho jogou pelo meio, como segundo atacante, de centroavante. A paciência da torcida se esgotou.

O primeiro sintoma de contrariedade por parte do público no Bernabéu foi sentido contra o Olympique de Lyon, pela Liga dos Campeões da Europa. O Real Madrid precisava de um placar positivo e o treinador substituiu Beckham por um zagueiro, Michel Salgado. Na hora os torcedores se levantaram e pediram a cabeça de Luxemburgo. Na semana seguinte, após um empate por 2 a 2 conquistado nos últimos minutos contra a Real Sociedad fora de casa e uma vitória magra sobre o Getafe por 1 a 0 no Bernabéu, os apelos foram atendidos pelos dirigentes do Real, que hoje passaram a tarde reunidos no estádio para decidir a demissão de Luxemburgo.

Agora, a bola da vez é Juan Ramón López Caro, do Real Madrid B Castilla, que assume de forma interina a equipe principal a partir de amanhã.




Fonte: EFE

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