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Polícia Brasil
Domingo - 04 de Dezembro de 2005 às 11:49

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Completa quatro meses nesta segunda-feira o maior assalto à banco registrado no Brasil. Entre a noite de 5 agosto e a madrugada do dia 6, um consórcio de quadrilhas composto de 23 membros, segundo a Polícia Federal (PF), conseguiu levar R$ 164.755.150,00 em cédulas de R$ 50 (totalizando cerca de três toneladas) do caixa-forte da agência do Banco Central (BC) de Fortaleza, através de um túnel de 80,50 metros escavado de uma casa. Até agora foram presas dez pessoas, oito estão sendo procuradas e quatro respondem o processo em liberdade.

A PF está em diligências em todo Brasil na caça dos cabeças da quadrilha, que seriam Antônio Jussivan Alves dos Santos, Moisés Teixeira da Silva, Lucibaldo Laurindo e Fernando Carvalho Pereira. O delegado Paulo Sidney Leite de Oliveira, que preside o inquérito na Polícia Federal, acredita que prendendo esses quatro acusados, o crime será totalmente desvendado.

O assalto está envolto em mistério. Desde sua descoberta, no dia 8 de agosto, que a PF investiga o caso. De lá para cá aconteceram fatos que levam a crer que o roubo, apesar de bem planejado, deixou pistas e que os ladrões ainda estão brigando pela partilha dos R$ 164,7 milhões.

O dinheiro, ao ser roubado, foi repartido em três partes, segundo levantamentos da PF. Quarenta e sete milhões de reais foram levados para a casa do cearense Antônio Edimar Bezerra, no bairro Mondubim, em Fortaleza. Os R$ 117,7 milhões restantes teriam sido divididos em duas partes e conduzidos para locais ainda desconhecidos pela Polícia. A PF recuperou, dos R$ 47 milhões que teriam ido para a casa de Edimar, R$ 18,3 milhões.

A fuga dos assaltantes teria acontecido no vôo 3300 da TAM na noite do dia 7 de agosto, onde sete pessoas acusadas de participar do assalto embarcaram com os nomes falsos de Arlei Silva, João Araújo, Marivaldo Santos, Jaen Albuquerque, Fernando Venícius de Morais, José Almeida Santana e Luiz Fernando Viana Sales, que na verdade seriam respectivamente Sandro Antônio de Oliveira, Davi Silvan da Silva, Antônio Jussivan Alves dos Santos, Jean Ricardo Galian, Fernando Carvalho Pereira, Pedro José da Cruz e Luz Fernando Ribeiro. Antes eles teriam tentado alugar um jatinho, mas não conseguiram.

Dois dias depois de descoberto o assalto, a PF prende os primeiros envolvidos: os empresários José Charles Machado de Morais, José Eliziomartes Fernandes Vieira e Francisco Dermival Fernandes Vieira, e recupera R$ 6 milhões, sendo R$ 5,1 milhões encontrados escondidos Dentro da lataria de 11 carros de luxo comprados pela quadrilha e R$ 900 mil devolvidos pelos donos da revenda Brilha Car (os irmãos Eliziomartes e Dermival), valor da compra dos carros.

Depois, em 28 de outubro, a PF descobre mais R$ 12,2 milhões enterrados dentro de uma casa no bairro Mondubim, em Fortaleza. Na ação são presas cinco pessoas: Antônio Edimar Bezerra, Marcos de França, Marcos Suppi, Davi Silvan da Silva e Flácio Neves Queiroz. No dia 6 de outubro é preso, no bairro Olavo Oliveira, periferia de Fortaleza, o ex-vigilante Deusimar Neves Queiroz, acusado de ter fornecido para a quadrilha a planta do caixa-forte do BC.

A PF recuperou R$ 15 mil dos R$ 2 milhões que Deusimar teria recebido pelo ¿serviço¿. A PF investiga a denúncia de que os R$ 2 milhões teriam sido transportados de Fortaleza para Irauçuba dentro de uma ambulância da Prefeitura de Irauçuba.

No dia 10 de novembro a PF prende, em São Paulo, mais três acusados de envolvimento no assalto: Pedro José da Cruz, Loenel Moreira Martins e Anselmo Oliveira Magalhães. Com eles não foi encontrado nenhum dinheiro. Eles devem ser interrogados amanhã pelo juiz federal Danilo Fontenele Sampaio.

Mas são os seqüestros - três relacionados ao assalto - que mobiliza as investigações da PF. Os agentes federais suspeitam que está havendo briga entre o consórcio de quadrilha ainda em relação à partilha do dinheiro. Este seria o motivo da morte de um dos "principais" assaltantes da quadrilha, em Camanducaia (MG). Luiz Fernando Ribeiro, o Fê, que teria financiado em R$ 300 mil a escavação do túnel e teria recebido R$ 25 milhões, foi seqüestrado no início de outubro. A família chegou a pagar resgate de R$ 2 milhões, mas Fê foi encontrado morto.

Os outros dois seqüestros aconteceram no Ceará. O primeiro envolveu a mulher do ex-vigilante Deusimar Neves Queiroz, Marli Neves Queiroz. Ela foi seqüestrada em 18 de novembro por um grupo de dez homens que só a libertaram após desenterrar R$ 1 milhão que estavam escondidos no quintal de uma casa em Irauçuba, a 180 quilômetros de Fortaleza. O segundo seqüestrado no Ceará foi José Eliziomartes Fernandes.

Ele foi levado na noite do dia 29 de novembro por dois homens em seu carro, uma F-1000, quando deixava a sede da revenda Brilhe Car. O carro foi encontrada no dia seguinte abandonado no bairro de Fátima, zona nobre de Fortaleza. Os seqüestradores já teriam feito dois contatos com os familiares, cobrando um resgate de R$ 2 milhões.




Fonte: Agência Nordeste

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