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Nacional
Domingo - 04 de Dezembro de 2005 às 10:27

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Em sua primeira entrevista coletiva após a cassação, o agora ex-deputado José Dirceu (PT-SP) se queixou do salário parlamentar: R$ 12.847,20. "O povo paga mal, mas paga em dia", afirmou. Mas, ao deixar o governo e voltar para Câmara, optou pelos benefícios de deputado, e não os de ministro. Nos cinco meses em que virou alvo de denúncias, o ex-chefe da Casa Civil gastou R$ 49.576,95 em verbas indenizatórias. Ou seja: 165 salários mínimos. Foi em novembro, mês da cassação, que Dirceu teve mais despesas: R$ 21.059,84.

As chamadas verbas indenizatórias são oferecidas pela Câmara para cobrir despesas dos parlamentares com a manutenção de escritórios nos seus Estados, entre outras despesas, que são indenizadas mediante apresentação de notas fiscais ao Núcleo de Verba Parlamentar (Nuvep).

Oficialmente, a maioria das verbas financiou transporte, hospedagem e alimentação - R$ 37.552,37 gastos. Segundo a assessoria do ex-deputado, Dirceu viajou várias vezes para São Paulo, Rio e outras cidades. Foram R$ 11.659,04 com combustíveis e lubrificantes, utilizados na via-crúcis do ex-deputado. O que surpreende é que ele gastou relativamente pouco com divulgação de atividade parlamentar. No total, foram R$ 4.240,37.

Após três mandatos de deputado, Dirceu terá de se adaptar a uma vida mais modesta. Aos repórteres disse: "Sou apenas José Dirceu e me sinto muito bem com isso". Na prática, afirmou que, além das atividades partidárias, vai dedicar-se à advocacia e a escrever uma espécie de livro de memórias. Seu escritório será em São Paulo, onde dividirá as atividades com a colega Lília Ribeiro.

Dirceu no INSS

O ex-deputado cassado José Dirceu não terá direito à aposentadoria pela Câmara. Uma decisão cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU) impede o pagamento pela Casa. Se quiser, poderá se aposentar pelo INSS. Para receber o teto de R$ 2,4 mil mensais, terá de comprovar que contribuiu por 35 anos.

O ex-ministro não terá a "sorte" de seus ex-colegas Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que conseguiram o benefício. Na ocasião, não havia a medida do TCU. A decisão foi uma resposta ao Ministério Público Federal, que considerou ilegal e imoral premiar o pagamento a quem foi cassado por envolvimento em irregularidades comprovadas pelas CPIs dos Correios e do Mensalão. Entretanto, Dirceu disse que não planeja requerer a aposentadoria.




Fonte: O Dia

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