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Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 15:51
Por: Alexandre Coelho

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Da repugnante sujeira de cachorro na praia à inexorável fila no restaurante, ninguém está livre das "roubadas" inesperadas. Foi a partir dessa constatação que o roteirista Bruno Mazzeo teve a idéia de escrever Cilada.

O canal por assinatura Multishow gostou e produziu quatro episódios, que já estão no ar, toda sexta-feira, às 21h15. Os primeiros quatro programas mostram algumas situações "de risco" encontradas em um motel, uma boate, um shopping e no Natal. "Eu tenho uma lista de mais 25 temas. Nós apenas escolhemos os que poderiam render melhor no momento", conta o roteirista, que nos episódios também trabalha como ator.

Bruno Mazzeo começou a escrever roteiros quase como brincadeira. Ainda adolescente, escrevia algumas situações que acabavam aproveitadas na Escolinha do Professor Raimundo, programa comandado por seu pai, o comediante Chico Anysio.

Desde então, Bruno já assinou roteiros de programas como Sai de Baixo e Vida ao Vivo Show, além de peças de teatro como Os Famosos Quem. Atualmente, ele é responsável pelo texto do seriado A Diarista. "Trabalhar na tevê é como trabalhar em uma padaria, não dá tempo para pensar. Toda semana um programa tem que estar no ar", compara.

Pergunta - Como surgiu o Cilada? Resposta - Mandei um projeto há dois anos para o Multishow, porque achei que não era uma idéia com os padrões da Globo. Queria arriscar umas misturas de formatos e fazer, eu mesmo, o papel. E achei que a Globo não iria me dar esse mole. Mandei para o Multishow e esqueci. Quase dois anos depois eles me procuraram. E esse mercado da tevê por assinatura me interessa muito. Uma coisa bacana é que, se o programa der certo, pode começar a abrir um mercado novo.

P - Qual é a mistura de formatos que você queria experimentar? R - A grande bossa do Cilada não é nenhuma inovação de linguagem, mas a mistura de várias linguagens. Tem um pouco de sitcom, com um fio condutor que vai do começo ao fim. Ao mesmo tempo a história é interrompida para a entrada de uma esquete relacionada ao tema. Tem uns "stand ups", falando diretamente para a câmera. E alguns depoimentos fictícios, de pessoas que vivenciaram aquela determinada situação, que já brinca com um humor jornalístico.

P - É a primeira vez que você alia as funções de roteirista e ator? R - Em televisão, sim. Na hora de escrever eu já penso como eu agiria em determinada situação. É claro que outro ator poderia fazer, mas era um trabalho que eu queria fazer por ser muito pessoal, o personagem sou eu mesmo. E nesses casos eu acho bacana o autor fazer. É como faz, por exemplo, o Larry David em Curb Your Entusiasm - Segura a Onda. Mas eu também estava com vontade de atuar e achei que essa seria a oportunidade.

P - Você vê semelhanças entre o Cilada e seus outros trabalhos? R - Na tevê você tem de fazer um humor que alcance todas as classes sociais de todas as regiões do Brasil, do presidente da República ao operário. Essa é uma semelhança inevitável entre todos os trabalhos que eu já fiz. É diferente de uma peça de teatro ou um filme. Mas eu nunca abaixei o nível para fazer algo popularesco ou grosseiro. Não precisa mastigar e dar na boca do povo, você pode botar no anzol e deixar que ele venha fisgar.

P - As pessoas ainda associam muito você ao Chico Anysio? R - Não, isso já passou. No começo havia muito isso, mas eu já tenho 14 anos de Rede Globo. E eu não trabalho com o meu pai desde o Sai de Baixo, que é de 1996. Desde então eu fiz outros programas que não tinham nada a ver com ele, como o próprio Sai de Baixo e o Vida ao Vivo Show. Pode até ser que em outros lugares ainda façam essa associação, mas na Globo e no Rio eu não ouço mais isso. Mas eu mesmo optei por essa separação. Até porque a gente vê exemplos por aí que eu prefiro nem citar.





Fonte: Terra

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