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Economia
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 15:10

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“A concepção do Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Dardanelos, com capacidade instalada prevista em 261 MW, teve como premissa fundamental a conciliação entre a geração de energia elétrica e os demais usos dos recursos hídricos do rio Aripuanã, no Mato Grosso, dentre os quais se destacam o abastecimento público e, sobretudo, as atividades de turismo e lazer associados às cachoeiras e balneários existentes.” A afirmação é do superintendente de Meio Ambiente da Eletronorte, Antônio Coimbra, que contesta as informações dos professores da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, acionados pelo Ministério Público Estadual (MPE-MT), veiculadas recentemente na imprensa sobre as interferências socioambientais do AHE Dardanelos.

Os Estudos de Impactos Ambientais (EIA/Rima) do AHE Dardanelos, realizados pelo consórcio Eletronorte/Odebrecht, foram apresentados e discutidos em audiência pública realizada em Aripuanã (MT), no dia 27 de agosto último.

A gerente de Estudos e Projetos Ambientais da Eletronorte, Silviani Froehlich, esclarece que o rio Aripuanã apresenta, naturalmente, um regime hidrológico de grandes variações de vazão, que vão de valores médios mensais da ordem de 1.500 m3/s, nos períodos de cheia, a fluxos reduzidos a apenas 18 m3/s, na época de estiagem. “Com a implantação do AHE Dardanelos, essas vazões máximas e mínimas nas cachoeiras passariam a variar entre 1.200 e 12 m3/s, respectivamente. A geração de energia será então variável, segundo a vazão disponível, chegando mesmo a ser totalmente interrompida, por ocasiões de estiagens mais intensas”, afirma.

“Assim – continua Silviani – não é verdade que as cachoeiras irão secar e que a beleza cênica da região irá desaparecer. No período de cheias, os saltos continuarão com uma condição tão exuberante quanto a que se observa atualmente, preservando-se, então, a atração do local enquanto espaço de contemplação. Nos demais períodos, estarão asseguradas vazões mínimas para garantir os usos turísticos e de lazer nos balneários, bem como fluxo permanente nas cachoeiras. Na verdade, o uso dos balneários vai ser até bastante favorecido pela implantação do empreendimento, na medida em que tornará permanente a possibilidade de banhos nesses locais”.

Hoje, esses balneários só são acessíveis por cerca de 4 ou 5 meses ao ano, já que nos períodos de vazões mais elevadas a força da água não oferece condições de segurança aos usuários.

A concepção do AHE Dardanelos não inclui formação de reservatório, o que minimiza significativamente um dos impactos usualmente mais relevantes das usinas hidrelétricas convencionais, que é a inundação de grandes áreas, provocando perda de habitats importantes para a flora e a fauna locais. “No caso do AHE Dardanelos, isso não ocorrerá e a principal interferência sobre o ecossistema local estará relacionada à redução de vazão no trecho em que parte da água será desviada para a geração de energia, restrito a uma extensão de cerca de 2 km”, informa Silviani.

Conforme descrito no EIA/Rima, as espécies da flora e da fauna na região do complexo das cachoeiras de Aripuanã já convivem, naturalmente, com as condições bastante diferenciadas dos períodos de cheia e de estiagem do rio, no que diz respeito à disponibilidade de habitats.




Fonte: 24 Horas News

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