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Nacional
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 12:55

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O Baixo São Francisco, integrado pelos estados de Alagoas e Sergipe, pode se tornar a porta de entrada para o redescobrimento das belezas naturais da região. Hoje, durante a realização do 1º Festival EcoCultural da Revitalização do São Francisco, em Canindé de São Francisco (SE), o Ministério do Meio Ambiente apresentou um plano de ações para o desenvolvimento do turismo de forma sustentável na região.

“Revitalizar o São Francisco não é apenas recompor nascentes e criar áreas de proteção. É também reorganizar a ocupação territorial para que novas ações e projetos não causem mais danos ao meio ambiente”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana. Ele lembrou que o turismo, explorado de forma ordenada e sustentável, pode causar forte impacto na geração de empregos e melhoria de renda para as populações locais.

De acordo com o consultor Luiz Fernando Ferreira, coordenador de Turismo Sustentável do Programa de Revitalização do Rio São Francisco, as cidades localizadas nessa região possuem um enorme potencial para a atividade, que pode ser explorado em roteiros que vão do turismo cultural, em cidades como Penedo e Piranhas, ao científico, em hidrelétricas e áreas de preservação, a exemplo do Raso da Catarina. “Para isso, no entanto, é preciso vencer barreiras como a falta de serviços turísticos e de infra-estrutura, inclusive saneamento, coleta irregular de lixo e rede rodoviária com baixa de conservação”, disse.

Na área ambiental, as lacunas incluem desmatamentos e queimadas, falta de zoneamento ecológico-econômico e ainda avanço da fronteira agropecuária. Para mudar esse quadro, será oferecido apoio técnico e financeiro às organizações que apresentarem projetos que solucionem ou minimizem essas questões. A participação dos interessados se dará por meio de editais do Fundo Nacional de Meio Ambiente ou carta-convite específica. A cidade de Canindé, onde foi lançado o Plano, é um exemplo de município com alto potencial turístico. O principal deles é o cânion do Xingó, quinto maior do mundo, com uma profundidade de até 170 metros, extensão de 65 quilômetros e largura que varia entre 50 e 300 metros. Sem falar nas águas verdes e transparentes do São Francisco. A cidade possui ainda o sítio arqueológico do Justino, um conjunto de 70 sítios, sendo 55 a céu aberto, além de praias fluviais. Canindé oferece ainda dois museus: o do Cangaço e o Museu Arqueológico de Xingó, que conta com um laboratório de pesquisas arqueológicas e um acervo que chega a 55 mil peças referentes a ocupação humana na região, que data de 8 mil anos.

O 1º Festival EcoCultural da Revitalização do São Francisco ocorre até o próximo domingo (4) em quatro cidades: Paulo Afonso (BA), Delmiro Gouveia (AL), Canindé de São Francisco (SE) e Piranhas (AL). A iniciativa é uma realização conjunta dos ministérios do Meio Ambiente e da Cultura, e envolve outras pastas, como Esporte, Integração, Turismo, Desenvolvimento Social, Minas e Energia, Educação, Justiça e Aqüicultura e Pesca. Também participam da organização governos estaduais de Alagoas, Bahia e Sergipe e as prefeituras das cidades sede do festival. O objetivo do evento é promover ações de articulação, mobilização e integração dos diversos segmentos envolvidos no projeto de revitalização do São Francisco.




Fonte: Olhar Direto

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