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Internacional
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 12:24

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Pouco depois das 21h, um crime chocou os estudantes do campus do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), na 615 Sul. O professor Elídio José de Oliveira Gonçalves foi assassinado a tiros no estacionamento da instituição. A estudante Roseni Pereira de Miranda Ribeiro, 37 anos, que estava com o professor, também foi atingida por cinco tiros. Ela está internada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e não corre risco de morte. De acordo com o delegado da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Carlos César Ferreira, o principal suspeito do crime é João Xavier Ribeiro, marido da estudante, que está foragido.

Elídio era advogado criminalista e dava aulas de introdução ao direito, teoria geral do estado e teoria da política no curso de relações internacionais do Iesb. Na noite de ontem, ele conversava com a aluna Roseni Ribeiro no estacionamento ao lado da instituição. Segundo testemunhas, o casal estava perto do carro de Roseni – o Siena de placa JDU 2948 (DF) –, quando um Ford Focus, de cor escura, parou próximo ao veículo. Um homem de boné desceu do Focus e disparou seis ou sete vezes em direção ao casal.

A cena foi presenciada por dois alunos, cujas identidades são mantidas em sigilo, que ouviam música em outro carro, estacionado a 100m do Siena. Os rapazes disseram ter deitado no chão ao ouvir os disparos. Mas, assim que o tiroteio cessou, eles levantaram a tempo de ver o homem de boné fechar o porta-malas do Focus, entrar no carro e fugir do local.

Logo depois, dois guardas do Iesb correram em direção ao Siena. Encontraram Elídio morto em frente ao Siena – uma das balas atingiu o coração do professor. Roseni estava ferida, no banco do motorista. A estudante foi transportada consciente para o HBDF. Roseni cursa o 6º semestre matutino de relações internacionais e faz algumas disciplinas à noite – ela é representante de sua turma.

Depoimento Depois do crime, o estacionamento do campus Edson Machado, na Asa Sul, foi tomado por estudantes, professores e funcionários do Iesb. Assustados, eles tentavam entender o crime. O delegado Carlos César Ferreira foi ao HBDF e colheu o depoimento de Roseni. Mesmo alvejada por cinco tiros – no braço, na perna e no pescoço – ela contou que o crime foi cometido pelo marido, com quem tem duas filhas adolescentes.

Ela disse que o casal estava separado havia 15 dias. Ciumento e possessivo, João não teria aceitado bem o fim do relacionamento. Na noite de ontem, enquanto as filhas estavam em uma festa de aniversário, ele foi ao estacionamento do Iesb. Encontrou Roseni com Elídio. “Ela disse que o professor não tinha nada a ver com a história. Ela daria uma carona para ele. Mas o marido chegou, perguntou ‘quem é esse cara’ e atirou”, resumiu o delegado.

Policiais da 1ª DP foram até o apartamento de Roseni e João, na 413 Sul. Encontraram o quarto do casal revirado. “Ele deve ter passado em casa, pego umas coisas e fugido”, comentou Carlos César. Por volta das 23h, havia barreiras policiais no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e nas principais saídas de Brasília. João permanecia foragido até o fechamento desta edição.

Uma das últimas pessoas a conversar com Elídio na noite de ontem foi a também professora do Iesb Tereza Cristina Nascimento França. Doutora em Relações Internacionais pela UnB e amiga da vítima, ela contou que Elídio era mineiro e já prestou, como voluntário, assessoria jurídica aos presidiários da Papuda.

“Estive com ele pouco antes do crime. (O assassinato) é a coisa mais absurda do mundo”, emocionou-se Cristina. Ela descreve o amigo advogado como “uma pessoa tranqüila e um exemplo de generosidade.” Policiais informaram que o professor era casado. Mas nenhum parente de Elídio foi localizado para comentar o caso.




Fonte: Olhar Direto

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