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Internacional
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 09:51

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A Associação de Ulemás Muçulmanos, um dos principais grupos sunitas do Iraque, decidiu reconsiderar a resolução adotada durante a Conferência sobre a Reconciliação do Iraque realizada em novembro na sede da Liga Árabe.

Abdul Salam Al Qubaisi, porta-voz da entidade, anunciou hoje em Bagdá que a decisão é uma forma de protesto contra o que chamou de "crimes a sangue frio que o Exército dos EUA comete contra a população civil" iraquiana e a repressão feita pelo novo Ministério de Interior do Iraque.

"O que fazem os Estados Unidos, especialmente o uso de bombas de fósforo contra a heróica cidade de Faluja, a abertura de novas prisões e os planos de bombardear a rede de televisão Al Jazira, o transforma no principal país terrorista do mundo", destacou o clérigo Al Qubaisi.

O religioso também mostrou uma série de fotografias. Numa delas, se podia ver o corpo de uma criança de 11 meses. O porta-voz explicou que o bebê foi assassinado deliberadamente por uma brigada do Ministério do Interior conhecida como "Escorpião".

Em outra imagem, um grupo de soldados americanos prendia uma família de camponeses que cultivava o campo na região de Khan Dari.

Segundo o relato, a família foi encontrada morta mais tarde.

Al Qubaisi ressaltou que os casos demonstram que as detenções indiscriminadas e as torturas continuam, e que o Governo curdo-xiita não aplicou as resoluções da Conferência de Reconciliação realizada no Egito. A situação levou sua associação a rever o compromisso.

"Devido à continuidade dos crimes contra a população sunita, a associação se vê obrigada a reconsiderar a posição que adotou na Conferência de Cairo", destacou.

Al Qubaisi ainda pediu a criação de uma comissão especial e independente para investigar as violações de direitos humanos.

Após o encontro na capital egípcia, do qual participaram todas as facções iraquianas, haverá uma nova Conferência de Reconciliação no final de fevereiro no Iraque.




Fonte: EFE

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