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Educação/Vestibular
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 08:31
Por: Elizabeth Lopes e Ana Paula Sc

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Santo André (SP) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do Congresso Nacional, nesta sexta-feira, a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Ou fazemos os deputados aprovarem o Fundeb com urgência ou a sociedade brasileira perderá mais um ano para melhorar a qualidade do ensino fundamental", disse ele, em discurso feito na inauguração do Pólo Tecnológico da TIM, em Santo André.

Mais tarde, durante o lançamento da pedra fundamental da Universidade Federal do ABC (UFABC), Lula voltou à carga e afirmou que nenhum governo investiu tanto em Educação no Brasil como o seu. Ao falar da criação de 112 mil novas vagas para estudantes de baixa renda nas universidades e faculdades particulares, destacou que suas iniciativas nesta área "são mais do que tudo que foi criado nos últimos 30 anos".

Falando de improviso, no Pólo Tecnológico da TIM, Lula adiantou que, ainda neste mês, anunciará novas medidas para garantir mais vagas nas universidades para alunos com baixo poder aquisitivo, através do Programa Universidade para Todos (ProUni). Ele previu que, nos próximos quatro anos, o número dessas bolsas deverá superar os 760 mil.

Vagas ociosas Na solenidade da UFABC, Lula estava muito à vontade em meio a uma platéia de cerca de 700 pessoas, formada em sua maioria por antigos companheiros de sindicatos e integrantes de movimentos populares, que o aclamou como nos tempos de campanha (olê, olê, olê, olá, lulá, lulá).

"Desconfio que não estamos preenchendo todas as vagas nas universidades federais existentes", disse ele. Diante da preocupação com a provável ociosidade das vagas, cobrou do ministro da Educação, Fernando Haddad, a realização de uma operação pente fino para impedir horários e cadeiras vazias. "Precisamos fazer uma operação pente fino, uma espécie de blitz, para não deixar nenhum horário disponível e nenhuma cadeira sem aluno nas universidades", cobrou.

O presidente ressaltou também a necessidade de se investir pesadamente na Educação para que o Brasil tenha o status não apenas de exportador de soja ou minério de ferro, mas também o de país que exporta inteligência.

Concurso Lula aproveitou a platéia propícia para anunciar a abertura de concurso público para professores para o preenchimento de 4 mil vagas nas universidades. Além da UFABC, o governo está criando também as universidades federais dos Pampas (RS), do Recôncavo Baiano (BA), e de Dourados (MS), além de 33 extensões de universidades já existentes.

Lula enfatizou também que, além da preocupação com o ensino superior, seu governo está investindo em todos os outros níveis de educação. Citou a construção de 32 novas escolas técnicas e recorreu a uma metáfora futebolística para explicar a necessidade da formação de técnicos qualificados de nível intermediário e de profissionais de nível superior.

"É como jogador de meio de campo. Se não tiver ligação entre o ponta esquerda e o lateral direito, não funciona", disse.

Críticas Sem citar as administrações anteriores, Lula criticou ações ligadas à Educação realizadas no passado. Citou a progressão automática (onde o aluno não repete de ano) e a redução do tempo de trabalho para aposentadoria dos professores. "Quando os professores reclamavam das condições de trabalho, o que foi feito foi que reduziram o tempo para aposentadoria", observou.

Lula insistiu na necessidade de os professores terem orgulho da atividade que exercem. Para isso, reconheceu que os profissionais da educação precisam "de remuneração justa e adequada", mas que isso não pode ser feito "em um único mandato, em dois, em três, porque não foi feito em 20 anos".

O presidente também insistiu na necessidade de uma educação rígida para crianças e adolescentes. "Não quero que volte ao tempo da palmatória, quando o professor pegava uma régua de um metro e metia de quina na cabeça da gente", afirmou, arrancando risos do público presente ao evento.

"Mas quero um ensino rígido para disciplinar e para que a criança e o adolescente percebam que estudar não é castigo, é garantia de um futuro melhor".




Fonte: Agencia Estado

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