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Agronegócios
Sábado - 03 de Dezembro de 2005 às 08:20
Por: Ana Conceição

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São Paulo, 2 - Em palestra para investidores estrangeiros em São Paulo o presidente da Câmara setorial do Álcool do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos Correia Carvalho, afirmou que a área dedicada a cana-de-açúcar pode crescer vinte vezes, em relação aos atuais 5 milhões de hectares.

De olho neste potencial, Carvalho afirmou que várias empresas estão prospectando negócios no Brasil, principalmente européias e norte-americanas. Estas empresas estudam duas possibilidades: compras de companhias já existentes ou a montagem de novos projetos.

Carvalho acredita que a reforma do regime de açúcar da União Européia fará com que mais empresas se interessem em produzir tanto açúcar como álcool no Brasil e num futuro próximo empresas norte-americanas também estarão interessada. "Agora que a União Européia entrou num acordo para reformar o sistema de subsídio do açúcar é natural que os Estados Unidos sigam o mesmo caminho".

Os números da Bolsa de Nova York apresentados por Carvalho mostram que a produção de álcool combustível no Brasil vai aumentar em 10 bilhões de litros e passar para 26 bilhões de litros nos próximos cinco anos. A demanda interna do produto deverá passar dos atuais 14 bilhões de litros para 21,5 bilhões de litros no mesmo período.

Para o atender a demanda externa por álcool combustível, o Brasil terá que aumentar a capacidade instalada já a partir de 2006, porque, segundo ele, até o final do próximo ano toda a capacidade instalada para a produção de álcool no Brasil estará com ocupação plena.

De acordo com dados da Associação Internacional de Energia (IEA em inglês), em 25 anos pelo menos 20% do combustível produzido no mundo será renovável. Carvalho disse que o Brasil tem potencial para atender esta demanda.

Ele afirmou que se todos países do mundo acrescentassem 10% de álcool na gasolina, isto representaria uma demanda de 116 bilhões de litros, volume que o Brasil pode produzir se dedicar 20 milhões de hectares para a cana, a mesma área dedicada hoje para a soja.

Carvalho afirmou que a logística é um dos principais entraves à expansão da exportação de álcool do Brasil. Se o problema logístico fosse resolvido, o setor conseguiria reduzir o preço do álcool entre US$ 40 a US$ 50 por metro cúbico, disse ele.




Fonte: Estadão

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