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Internacional
Quinta - 01 de Dezembro de 2005 às 22:33

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Os planos de vitória que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assegura ter para o Iraque não convencem os americanos, que, majoritariamente, acreditam que o Governo não tem uma estratégia para sair do conflito. Uma pesquisa elaborada para a rede de TV CNN e o jornal USA Today, divulgada hoje, indica que a maioria dos americanos não acha que Bush tenha um plano que permita conseguir a vitória no Iraque.

Por outro lado, 41% acreditam que o presidente tenha um plano de vitória.

Cinqüenta e quatro por cento disseram que o presidente está administrando de maneira inadequada o conflito, enquanto 44% se declararam satisfeitos com a forma como a guerra está sendo administrada.

Paralelamente, 54% consideraram improvável que as forças iraquianas consigam controlar os terroristas sem a ajuda americana, enquanto 44% acham que os iraquianos conseguirão fazê-lo. A crescente oposição americana à guerra levou Bush a iniciar uma campanha de defesa de sua política para o Iraque, que tem como eixo central uma série de discursos sobre o que chama de "estratégia para a vitória".

O primeiro desses discursos foi feito na quarta-feira na Academia Naval de Annapolis (Maryland), onde o presidente defendeu a necessidade de treinar as tropas iraquianas. À medida que essas forças forem se capacitando, segundo Bush, os 155 mil soldados americanos estacionados no Iraque poderão retornar aos EUA.

Com o novo plano, Bush não ofereceu nenhuma novidade substancial, mas lançou mão de um tipo de linguagem que não havia sido dita pelo presidente até agora.

Ele reconheceu, por exemplo, que o rendimento das tropas iraquianas havia deixado bastante a desejar em uma primeira etapa.

"Aprendemos com nossos erros", garantiu.

Bush pediu calma e assegurou que será preciso "tempo e paciência", mas que os EUA não se conformarão com nada menos que "a vitória completa".

Apesar do esforço retórico, o presidente encara grandes desafios para recuperar o apoio da opinião pública a uma guerra que já deixou 2.100 soldados americanos mortos e mais de 16 mil feridos.

A falta de apoio à guerra é um dos fatores que levou a uma queda da popularidade presidencial, atualmente em torno de 37%, nível mais baixo desde que Bush chegou à Casa Branca, em 2001. "Esse é o problema do presidente, que tem que reverter a (tendência da) opinião pública quando ele mesmo se encontra em queda nas pesquisas de opinião", disse o analista John Weaver, encarregado da estratégia política do senador republicano moderado John McCain.

O chefe da Junta do Estado-Maior dos EUA, o general Peter Pace, disse hoje que os militares não souberam explicar aos cidadãos o que realmente está ocorrendo no Iraque.

"Não há outra opção que não seja a vitória. É preciso sair e ler o que nossos inimigos têm dito: que sua meta é destruir nosso estilo de vida", afirmou Pace.

No entanto, Pace reconheceu que a luta contra os insurgentes no Iraque ainda vai durar algum tempo.

A iniciativa de Bush foi criticada pela oposição democrata. O senador John Kerry, candidato presidencial democrata nas últimas eleições, assegurou hoje que Bush, em seus discursos, está omitindo a "realidade no terreno", descrita pelos comandantes militares em comparecimentos ao Congresso.

"Enquanto o presidente não reconhecer a verdade, que a presença maciça de tropas americanas é parte do problema, e começar um processo claro para passar a responsabilidade aos iraquianos, seguiremos sofrendo os mesmos problemas", afirmou o senador em declarações ao programa "Today", da rede de TV NBC.

A líder da oposição democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, anunciou que apoiará o apelo de seu correligionário John Murtha, que pediu o início da retirada das tropas americanas do Iraque.




Fonte: EFE

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