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Professor afirma que idioma nunca será uniformizado porque existem características regionais e fonemas que as regras não abrangem
Acordo ortográfico é adiado para 2016
Nem todos os estudantes brasileiros, principalmente dos da rede pública, tiveram acesso as mudanças da escrita
Alvo de elogios e críticas, o novo acordo ortográfico, que deveria entrar em vigor a partir de 1° de janeiro do próximo ano, terá sua obrigatoriedade adiada para 2016. A reforma, introduzidas em setores privados e públicos desde 2008, altera cerca de 0,5% das palavras em português e pretende unificar o idioma, falado em oito países.
Na teoria, uma idéia interessante. Na prática, algo impossível. É o que diz o professor de português Luis José Ferreira, que também já lecionou o idioma em Portugal. Segundo ele, a língua nunca vai ser uniformizada mesmo que algumas regras gramaticais mudem. “Existem as peculiaridades regionais, os fonemas, coisas que um acordo ortográfico não abrange”.
Professor do ensino médio, Ferreira afirma que os alunos entranham no começo e se confundem com as novas regras, mas acabam se acostumando com as mudanças. “Teoricamente, já deviam estar ensinando as alterações desde 2008. Mas a realidade no Brasil é um pouco mais complicada, especialmente na educação pública. Por conta disso, fica essa bagunça de adiar, prolongar data. É a cara do Brasil”.
Ferreira explica que começaram as mudanças de uma maneira equivocada: querendo unificar modos diferentes de se falar o mesmo idioma. “A língua portuguesa deve ser respeitada em cada país”, afirmou, ilustrando com exemplos como “Maria Izabel”, que em Cuiabá quer dizer arroz com carne, mas no sul do país significa um doce. “Se entre os estados já tem muitas diferenças, imagina entre diversos países?”.
Sobre a dificuldade de adaptação, Ferreira alega que a reforma ortográfica é como qualquer outra mudança: causa estranheza e confusão no começo, mas vai sendo absorvida com o tempo. “Os programas de computadores atualizados já corrigem os erros que não estão na nova regra, os livros também vêm escritos no novo acordo. Mudar sempre é, inicialmente, doloroso, mas as alterações se infiltram no nosso dia-a-dia”.
Apesar de entender a importância de se unificar o idioma e promover maior intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa, a aluna de publicidade e propaganda da UFMT, Susanna Tragni, afirma que não utiliza as regras no cotidiano. “Tem algumas que a gente até usa, mas aí tem várias exceções e acaba causando confusão. Na dúvida, eu continuo a usar a forma antiga”.
Segundo Susanna, o maior problema de se mudar as regras ortográficas e o hábito de escrita das pessoas é a falta de profissionais capacitados para introduzir estas alterações. “Pra mudar um hábito, principalmente linguístico, você precisa de profissionais com um grande domínio das alterações, o que, no Brasil, me parece algo raro. Eu mesma não tive essa sorte”.
Da mesma opinião, a estudante do ensino médio Ingrid Santos, 18 anos, diz que não aprendeu, de forma concreta, as novas regras na escola. Segundo ela, alguns professores fizeram uma revisão superficial. “Mas nenhum entrou em detalhes suficientes pra que alguém pudesse aprender”.
Na teoria, uma idéia interessante. Na prática, algo impossível. É o que diz o professor de português Luis José Ferreira, que também já lecionou o idioma em Portugal. Segundo ele, a língua nunca vai ser uniformizada mesmo que algumas regras gramaticais mudem. “Existem as peculiaridades regionais, os fonemas, coisas que um acordo ortográfico não abrange”.
Professor do ensino médio, Ferreira afirma que os alunos entranham no começo e se confundem com as novas regras, mas acabam se acostumando com as mudanças. “Teoricamente, já deviam estar ensinando as alterações desde 2008. Mas a realidade no Brasil é um pouco mais complicada, especialmente na educação pública. Por conta disso, fica essa bagunça de adiar, prolongar data. É a cara do Brasil”.
Ferreira explica que começaram as mudanças de uma maneira equivocada: querendo unificar modos diferentes de se falar o mesmo idioma. “A língua portuguesa deve ser respeitada em cada país”, afirmou, ilustrando com exemplos como “Maria Izabel”, que em Cuiabá quer dizer arroz com carne, mas no sul do país significa um doce. “Se entre os estados já tem muitas diferenças, imagina entre diversos países?”.
Sobre a dificuldade de adaptação, Ferreira alega que a reforma ortográfica é como qualquer outra mudança: causa estranheza e confusão no começo, mas vai sendo absorvida com o tempo. “Os programas de computadores atualizados já corrigem os erros que não estão na nova regra, os livros também vêm escritos no novo acordo. Mudar sempre é, inicialmente, doloroso, mas as alterações se infiltram no nosso dia-a-dia”.
Apesar de entender a importância de se unificar o idioma e promover maior intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa, a aluna de publicidade e propaganda da UFMT, Susanna Tragni, afirma que não utiliza as regras no cotidiano. “Tem algumas que a gente até usa, mas aí tem várias exceções e acaba causando confusão. Na dúvida, eu continuo a usar a forma antiga”.
Segundo Susanna, o maior problema de se mudar as regras ortográficas e o hábito de escrita das pessoas é a falta de profissionais capacitados para introduzir estas alterações. “Pra mudar um hábito, principalmente linguístico, você precisa de profissionais com um grande domínio das alterações, o que, no Brasil, me parece algo raro. Eu mesma não tive essa sorte”.
Da mesma opinião, a estudante do ensino médio Ingrid Santos, 18 anos, diz que não aprendeu, de forma concreta, as novas regras na escola. Segundo ela, alguns professores fizeram uma revisão superficial. “Mas nenhum entrou em detalhes suficientes pra que alguém pudesse aprender”.
Fonte:
DO DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/33225/visualizar/
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