Candidatos ficam pendentes com a Justiça
“As normas eleitorais são feitas pelos próprios clientes”. A observação foi feita pelo ex-ministro Fernando Neves ao discorrer sobre a prática de Caixa 2 nas campanhas eleitorais. A Justiça Eleitoral, na avaliação de não poder acabar com a prática do crime, porém, pode caminhar no sentido de dificultar mais, impondo mais rigor à prestação de contas das campanhas eleitorais.
Acabar com o crime, segundo o ministro, depende fundamentalmente da vontade do candidato em cumprir a lei. No entanto, medidas como a diminuição dos custos de campanha podem favorecer o controle da prestação de contas.
Já o financiamento público das campanhas, na avaliação de Neves, pode favorecer a “doação” de materiais de campanhas que fugiriam à prestação de contas, ou seja, incrementar ainda mais a prática de caixa 2. “Eu acho que deve-se manter as regras atuais de financiamento misto e aumentar o rigor na fiscalização e acompanhamento, disponibilizando todas as informações na mídia”, ponderou.
Segundo a chefe de Seção de Contas Eleitorais e Partidárias do TRE, Marli Osorski, 83%, ou 6.799 candidatos, prestaram contas dos gastos realizados durante o último pleito em todo o Estado. Ele lembra que as pessoas que estão pendentes com a Justiça Eleitoral estão impedidas de retirar a certidão de quitação eleitoral e ficam inelegíveis por quatro anos ou o mesmo período do mandato para o qual concorreu. Conforme Marli, dos 1.320 candidatos pendentes, 73 são de Cuiabá, 21 de Várzea Grande, 28 de Sinop e 14 de Rondonópolis. (ML)
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