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Nacional
Quinta - 01 de Dezembro de 2005 às 08:19
Por: Expedito Filho

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Palácio do Planalto abandonou José Dirceu. A ausência dos ministros do governo Lula foi classificada pelo comando de apoio ao deputado como sendo a principal diferença entre a votação que levou Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à presidência da Câmara e a votação no plenário.

Para fazer Aldo vitorioso, os ministros trabalharam duro e no dia da votação cinco deles estavam nos corredores do Congresso convencendo deputados indecisos. O coordenador político do Planalto, ministro Jaques Wagner, da Secretaria de Assuntos Institucionais, que teve papel decisivo na vitória de Aldo, sequer apareceu no Congresso. Limitou-se a telefonar para Dirceu por volta das 18h30 para desejar "boa sorte" ao ex-chefe da Casa Civil.

O maior empenho veio de onde Dirceu menos esperava. Foi vice-presidente José de Alencar único a realmente arregaçar as mangas para trabalhar com entusiasmo pela permanência de Dirceu como deputado. Ele deu telefonemas, falou com deputados durante a votação se manteve em permanente atividade.

O apoio de Wagner e de boa parte dos ministros, ao contrário, foi protocolar. Ao receber telefonemas do núcleo da campanha contra a degola de Dirceu, eles prometiam empenho no sentido de convencer parlamentares, mas, na prática, fizeram apenas um trabalho burocrático. "Nós percebemos que eles não estavam trabalhando com a mesma vontade que eles trabalharam para o Aldo", confirmou um dos coordenadores de Dirceu.

A queixa é a de que o presidente Lula não se empenhou. Ele teria criado dificuldades, já que para o governo a retirada de Dirceu poderia representar a redução na temperatura da crise. Durante o calvário do deputado, Lula trabalhou para que ele renunciasse, embora sem êxito. Depois, articulou para que outros deputados petistas pedissem renúncia e não conseguiu.

Além disso, o comando da campanha diz que sempre precisou dos votos dos ministros de Lula no Supremo, Dirceu encontrou dificuldades. Ele acabou sendo socorrido pelo amigo Nelson Jobim, que foi indicado no governo Fernando Henrique Cardoso, o que permitiu que ele ganhasse mais tempo para fazer um trabalho de corpo a corpo com os deputados.




Fonte: Agência Estado

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