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Quinta - 01 de Dezembro de 2005 às 08:14

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Talvez o nome televisão deixe de ser usado em breve. O negócio de distribuir programação de vídeo está passando por rápidas mudanças, quer os programas sejam assistidos na sala, na Internet ou em aparelhos portáteis. Os mais cautelosos dos gigantes da mídia norte-americana entraram na parada e desenvolveram acordos de distribuição de programação considerando a conveniência do consumidor e não a das empresas.

Embora a promessa ¿ e a ameaça ¿ do vídeo executado em diferentes aparelhos venha sendo planejada há quase uma década, em 2006 ela será finalmente concretizada, disseram executivos de mídia e especialistas na abertura do Reuters Media and Advertising Summit, nesta quarta-feira.

Nos últimos dois anos, as principais redes norte-americanas de TV aberta, como CBS, ABC e NBC, concordaram em vender seus programas de maior sucesso de acordo com as preferências de horário e sistema do consumidor, pouco tempo depois que os episódios forem ao ar em TV aberta.

Grandes anunciantes, de montadoras de automóveis a fabricantes de bens de consumo pessoal, estão experimentando comerciais em formato mais longo e com maior conteúdo de entretenimento, a fim de atrair os consumidores de vídeo nesses novos formatos.

Ofertas como essa são uma resposta limitada à maneira pela qual veículos rivais de mídia, da Internet aos videogames, vêm competindo com a televisão e atraindo bilhões de dólares adicionais em verbas publicitárias.

Mas os executivos do setor de televisão vêem oportunidades de crescimento que vão além dos televisores e prometem mais novidades. Sob o novo modelo, um programa de televisão não é algo que passa uma vez por semana, mas uma marca de entretenimento que pode ser explorada de diversas maneiras.

"Não há dúvidas que estamos mudando", disse o presidente da CBS, Les Moonves. "A idéia do vídeo sob demanda era algo que não considerávamos tão seriamente há três anos como estamos fazendo hoje", disse ele.

A CBS oferece episódios de sua popular franquia policial CSI sob demanda através da operadora de TV a cabo Comcast . Moonves estima que a série CSI deverá render mais de 1 bilhão de dólares em lucro para a rede, começando com os tradicionais comerciais de televisão e lançamento em DVD até licenças de jogos e clips para Internet.

"Você poderá receber isso em seu aparelho celular", disse Moonves, referindo-se aos clips curtos, feitos sob medida, da série CSI que deverão estar disponíveis em um ano. "Enquanto você estiver na fila do supermercado, poderá receber um episódio para celular de CSI", concluiu ele.

Formatos e estratégias O futuro do vídeo e da televisão estará entre os tópicos em discussão na Reuters Summit, em Nova York, a partir desta quarta até sexta-feira. Importantes executivos publicitários e de mídia discorrerão também sobre as mudanças no rádio, o futuro da distribuição cinematográfica e a firme ascensão da Internet como mídia publicitária e de entretenimento.

Os analistas acreditam que o momento seja decisivo para o setor de mídia, com a reorganização do padrão dominante de programação em TV e do modelo publicitário que vigora há mais de 50 anos.

"Acreditamos que o mercado de mídia tem uma capacidade surpreendente de se reinventar e criar novas formas de gerar receita", disse Peter Winkler, diretor da divisão de Entretenimento e Mídia da PricewaterhouseCoopers. "Mídia que pode ser consumida sob demanda é uma tendência que irá se fortalecer", disse ele.

A PricewaterhouseCoopers prevê que o faturamento da televisão norte-americana cresça 7,4% no próximo ano, para aproximadamente US$ 62 bilhões, incluindo licenças e taxas de acesso, impulsionado pelo crescimento da TV digital, das transmissões em alta definição e por novos veículos, como provedores de telecomunicações.

Na indústria, canais rivais de cabo deverão acompanhar seus concorrentes na TV aberta, assegurando uma estimativa de US$ 22,3 bilhões em publicidade até 2009 comparada com US$ 22,5 bilhões destinados às redes. A Internet deve fechar pouco atrás, com US$ 17,2 bilhões.




Fonte: Reuters

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