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Nacional
Terça - 29 de Novembro de 2005 às 19:55

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Washington - Um ex-alto funcionário do governo do presidente americano George W. Bush disse que o vice-presidente, Dick Cheney, defende o uso de práticas consideradas "terroristas" no tratamento de prisioneiros em poder de tropas americanas. “Ele está neste momento, de forma bastante pública, fazendo lobby no Congresso americano, advogando o uso do terrorismo”, disse o coronel Lawrence Wilkerson, que foi chefe de gabinete do ex-secretário de Estado Colin Powell, durante o primeiro mandato de Bush.

Questionado se Cheney poderia, por esse motivo, ser acusado de um crime de guerra, ele afirmou que esta é uma “pergunta interessante”. Wilkerson disse que “advogar o uso do terrorismo é certamente um crime doméstico” nos Estados Unidos e que “suspeitaria que isso é um crime internacional também”.

Ele se referia a discussões sobre o tema do tratamento dos prisioneiros, que transcorrem em Washington. Wilkerson acusou Cheney de ignorar uma decisão de Bush com respeito ao assunto e, ao lado do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, “fazer o que queriam”.

Para Wilkerson, a frase “consistente com as necessidades militares”, que é usada por Cheney e outros integrantes da linha-dura do governo americano, estaria sendo usada de forma que “praticamente qualquer coisa pode ser feita”. No passado, Wilkerson já fez várias críticas a Cheney, responsabilizando-o pelas condições que levaram ao abuso de prisioneiros mantidos pelos americanos em lugares como a base militar de Guantánamo, em Cuba, e a prisão de Abu Ghraib, no Iraque.

Mas o correspondente da BBC em Washington Justin Webb diz que desta vez o ataque foi “extraordinário”, uma vez que parece implicar que Cheney poderia ser acusado por um crime de guerra.




Fonte: BBC Brasil

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